Silvinei Vasques é preso no Paraguai e Filipe Martins tem domiciliar decretada
Brasil – O período de festas de fim de ano transformou-se em um cenário de intensa movimentação judicial e policial para os condenados no processo da chamada “trama golpista”. Em menos de 48 horas, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi capturado em solo estrangeiro, enquanto o ex-assessor da Presidência, Filipe Martins, sofreu um endurecimento em suas medidas cautelares por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Fuga Interrompida de Silvinei Vasques
A tentativa de fuga de Silvinei Vasques teve início na madrugada de Natal. Condenado a 24 anos e 6 meses de prisão, o ex-diretor da PRF rompeu sua tornozeleira eletrônica por volta das 3h da manhã do dia 25 de dezembro, em seu apartamento em São José (SC).
Imagens do circuito interno revelaram que Vasques preparou a saída ainda na véspera (24), carregando malas em seu veículo. Um detalhe que chamou a atenção dos investigadores foi a companhia de seu cão, um Pitbull, levado junto com sacos de ração e tapetes higiênicos.
A liberdade, porém, durou pouco. Na sexta-feira (26), Vasques foi detido no Paraguai ao tentar embarcar para El Salvador utilizando um passaporte falso. Após a captura, a polícia paraguaia realizou a extradição imediata na Ponte da Amizade, entregando o condenado aos agentes da Polícia Federal em Foz do Iguaçu (PR). O ex-diretor deve ser transferido para Brasília nas próximas horas para cumprir sua pena em regime fechado.
Efeito Dominó: Filipe Martins em Prisão Domiciliar
A fuga de Vasques gerou um “efeito cascata” nas decisões do ministro Alexandre de Moraes. Neste sábado (27), o ministro determinou a prisão domiciliar de Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro.
Martins, condenado a 21 anos de prisão, vinha cumprindo medidas cautelares com tornozeleira eletrônica há 555 dias. Segundo fontes jurídicas, o endurecimento da medida visa evitar que novos episódios de evasão, como o de Vasques, ocorram durante o recesso do Judiciário.
A defesa de Martins, representada pelo advogado Jeffrey Chiquini, criticou a decisão, classificando-a como um “grave erro de processo penal” e alegando que o ex-assessor vinha cumprindo todas as exigências judiciais de forma exemplar.
O Núcleo 2 e as Condenações
Ambos fazem parte do chamado “Núcleo 2” da organização criminosa investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O grupo é acusado de gerenciar ações para manter o ex-presidente no poder, incluindo a elaboração de minutas golpistas e planos que envolviam o monitoramento e o assassinato de autoridades, como o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre de Moraes.


