Preso do 8 de janeiro é levado algemado ao velório da avó após protesto da família; veja vídeo
Brasil – Lucas Brasileiro, detido por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, conseguiu comparecer ao velório da avó, Joanice, após uma reviravolta marcada por forte comoção da família e repercussão pública. Embora o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tivesse autorizado a saída temporária, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) inicialmente negou o pedido, alegando falta de efetivo policial para realizar a escolta.
Em ofício assinado pelo secretário Wenderson Souza e Teles, a Seape informou que a Penitenciária IV do Distrito Federal não tinha condições de deslocar agentes até o local da cerimônia, a 120 quilômetros de distância. O documento ressaltava que a distância e as exigências de segurança inviabilizariam o atendimento ao pleito da defesa.
A negativa gerou indignação da família. Durante o velório, o pai de Lucas, o produtor rural Evandro Brasileiro, gravou um vídeo em que aparecia com a decisão judicial em mãos. Emocionado, ele criticou a postura das autoridades.
“Estou aqui no velório de minha sogra, avó do Lucas, que não teve mais os dias da vida dela com ele. Nem isso o Estado respeitou. Meu filho perdeu os dias com a avó e perdeu uma última homenagem”, desabafou.
A gravação ganhou repercussão nas redes sociais e, pouco tempo depois, segundo o advogado Alexandre Oliveira, que defende Lucas, houve uma reavaliação por parte da administração penitenciária. A família recebeu uma ligação informal avisando que o preso seria liberado para a despedida.
O sepultamento, marcado para as 16h desta terça-feira (26), precisou ser adiado até a chegada de Lucas. Escoltado por policiais fortemente armados e com as mãos algemadas, o jovem conseguiu se despedir da avó diante de parentes e amigos, em um momento marcado por emoção e revolta.
Defesa de Lucas pela família
Segundo a família, Lucas brasileiro, que é advogado, foi preso em 8 de janeiro de 2023, depois de prestar concurso e ser detido dentro de um prédio próximo à manifestação. Condenado pelo STF, cumpre pena de 14 anos. Segundo a defesa, o bacharel em direito de 29 anos, foi até a Esplanada dos Ministérios após ter feito prova para um concurso público. Segundo sua família, ele chegou à Praça por volta das 17h40 e buscou refúgio no Palácio do Planalto para se proteger das bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia — ele não participou de qualquer ato de vandalismo ou depredação. Ele também relatou ter sido espancado durante triagem em junho de 2024. Sua filha mais nova conheceu-o pela primeira vez na prisão, após o nascimento em dezembro de 2024


