Brasil busca fortalecer comércio com México e Canadá para amenizar impactos do “tarifaço” de Trump
Brasil – Em face das recentes barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos, o governo brasileiro intensifica sua ofensiva diplomática para expandir laços comerciais com o México e o Canadá, numa estratégia de diversificação de mercados.
Com o agravamento da guerra comercial promovida por Donald Trump, que implementou tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros com validade a partir de 1º de agosto de 2025, o Brasil se vê pressionado a conter os prejuízos econômicos e a retração de exportações.
Para contrapor esse cenário, o governo Lula busca retomar e ampliar acordos comerciais com parceiros estratégicos:
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Acordo Mercosul-Canadá: Iniciado em 2018 e atualmente paralisado. Autoridades canadenses já manifestaram interesse em reativar o pacto.
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Acordo de Complementação Econômica com o México: A afinidade política entre os governos brasileiro e mexicano abre caminho para expandir a lista de produtos beneficiados.
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Parcerias com blocos asiáticos e Emirados Árabes: O Brasil participa da cúpula da ASEAN, intensifica relações com países como Vietnã, Japão, China, e busca acordos com os Emirados Árabes, ampliando o horizonte de mercado.
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Aceleração do acordo Mercosul-União Europeia: Em meio ao reordenamento global, o governo espera avançar com o tratado UE‑Mercosul ainda em 2025
O país também adota uma postura cautelosa diante da escalada das tensões. Em alguns setores, como o de aço e alumínio, o governo brasileiro opta pela negociação em vez de retaliação imediata, preferindo fundamentar suas ações em fóruns como a OMC.
Ao mesmo tempo, se prepara para possíveis contramedidas sob a lei de reciprocidade comercial.
Estudos da Fiemg apontam que, caso as tarifas americanas sejam mantidas, o Brasil poderá acumular até R$ 175 bilhões em perdas a longo prazo, queda do PIB em até 1,49% e impacto negativo de 1,3 milhão de empregos.
Se houver retaliação proporcional, os números serão ainda mais severos.
Numa era de tensões comerciais e geopolíticas voláteis, o Brasil acelera sua diversificação de parcerias.
O México e o Canadá se mostram como aliados potenciais para amortecer o golpe dos EUA, enquanto a abertura a novos mercados adequa o país a um cenário global em transformação.