Vereadores denunciam perseguição a gestores da Semed e solicitam ação do MPAM
Manaus – Vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) levantaram sérias suspeitas nesta terça-feira (27) sobre possíveis práticas de interferência política na estrutura da prefeitura, especificamente na Secretaria Municipal de Educação (Semed), visando influenciar nas eleições deste ano. De acordo com as denúncias apresentadas, gestores de escolas que demonstram apoio a políticos adversários do prefeito David Almeida estariam sendo substituídos de forma arbitrária.
O vereador Daniel Vasconcelos (Podemos) expressou sua indignação, acusando o prefeito de adotar posturas autoritárias e de perseguir indivíduos com base em suas convicções políticas.
“Eu também testemunhei pessoas próximas a mim sendo demitidas simplesmente por serem ligadas à minha família. Essa perseguição é flagrante porque buscamos agir com independência e integridade. Uma amiga minha perdeu até mesmo horas extras. São atitudes que lembram práticas ditatoriais. Manaus parece estar sob um regime ditatorial, e pior, as secretarias estão sendo cooptadas. Não há mais critérios técnicos, agora o que conta é a amizade. Pessoas estão sendo perseguidas por esta gestão”, declarou o vereador.
O vereador Everton Assis (UB) solicitou formalmente que a Câmara Municipal de Manaus apresente uma denúncia ao Ministério Público (MPAM) sobre as ações do prefeito, ressaltando até mesmo a existência de registros de áudios que intimidam os gestores.
“É necessário que façamos uma denúncia ao Ministério Público, pois há até mesmo áudios intimidando os gestores. Se expressarem apoio a determinado político ou pessoa, são exonerados. Cargo comissionado é uma questão de confiança, mas isso não justifica. Recebemos diariamente informações sobre a atual gestão. Já está na hora de mudar. Inclusive, o slogan deveria ser ‘as lambanças não param'”, enfatizou.
Durante a sessão, os vereadores Jacqueline (UB), opositora do prefeito David Almeida (Avante), e Raulzinho (PSDB), líder do governo na CMM, protagonizaram um intenso bate-boca. Enquanto Jacqueline relatava as denúncias, Raulzinho a acusava de utilizar estratégias semelhantes para obter votos.
A discussão tornou-se acalorada, envolvendo outros vereadores, até que o presidente da CMM, vereador Caio André (Podemos), interveio, solicitando que os microfones fossem cortados na tentativa de restabelecer a ordem no plenário.