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“Queridinha do Detran”: saiba qual a empresa que ja faturou mais de R$ 6 milhões para fazer a limpeza da sede em Manaus

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Amazonas – Um contrato que deveria garantir ambientes limpos e seguros dentro do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), acabou levantando um rastro de dúvidas, estranhezas e questionamentos.

Sob o comando do diretor-presidente, André Fernandes, o órgão renovou um contrato milionário com uma empresa que, segundo registros oficiais, atua no comércio varejista de artigos domésticos e funciona em um endereço residencial.

O Termo de Contrato nº 024/2024, firmado em julho do ano passado com a CZ Comércio Varejista de Artigos de Uso Doméstico EIRELI, teve como objeto a prestação de “serviços de biodescontaminação assistida e certificada”, um nome pomposo para o que, na prática, parece ser uma limpeza comum.

O valor inicial da contratação foi de R$ 3.073.300,77. Agora, com um aditivo assinado recentemente, o Detran-AM liberou mais R$ 3.073.300,77 para a mesma empresa, elevando o total desembolsado para R$ 6.146.601,54.

A justificativa do contrato? Um processo de higienização e descontaminação que, segundo especialistas, só costuma ser necessário em ambientes hospitalares ou industriais, onde há manipulação de materiais sensíveis e biológicos, o que não é o caso de uma repartição pública como o Detran.

Mais estranho ainda é o perfil da empresa. De razão social “CZ Comércio Varejista de Artigos de Uso Doméstico Ltda” e nome fantasia “CZ Importação”, a empresa está registrada com capital social de R$ 10 milhões e tem como proprietário Clayton Ribeiro Zumero.

Seu CNPJ 23.065.750/0001-47, indica como atividade principal o comércio de itens domésticos variados. E o endereço? Um imóvel localizado no bairro Parque 10 de Novembro, zona centro-sul de Manaus.

No local, funciona uma torre residencial, sem qualquer sinal de uma estrutura compatível com contratos de milhões em serviços especializados.

A ausência de informações básicas sobre o contrato, como a frequência da limpeza, a metragem dos ambientes atendidos e os setores contemplados, levanta ainda mais suspeitas.

A pergunta que fica no ar é: onde e como esses mais de R$ 6 milhões estão sendo realmente aplicados?

Enquanto a população enfrenta filas, falta de estrutura e atendimento precário em diversos setores do estado, contratos como esse seguem sendo firmados sem a devida transparência. O valor exorbitante, a empresa de fachada residencial e o serviço com nome sofisticado demais para uma prática tão comum acendem o sinal vermelho sobre o que está acontecendo nos bastidores do Detran-AM.

A sociedade amazonense merece respostas — e vigilância constante sobre a aplicação dos seus impostos. Afinal, em tempos de crise, o que menos se espera é que o dinheiro público seja varrido para debaixo do tapete.

Veja documentos 





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