Brasília Amapá Roraima Pará |
Manaus
Web Stories STORIES
Brasília Amapá Roraima Pará

PF abre inquérito para investigar R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares

Compartilhe
PF abre inquérito para investigar R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares

Brasil – A Polícia Federal (PF) abriu, nesta terça-feira (24), um inquérito para investigar supostas irregularidades na destinação de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares de comissão, que estavam previstas para serem pagas até o final de 2024. A decisão de iniciar a investigação e suspender os pagamentos foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.

Motivo da Investigação

De acordo com Dino, a liberação das emendas não seguiu critérios previamente estabelecidos entre o STF, o Congresso e o Executivo, descumprindo determinações relacionadas à transparência e rastreabilidade. O ministro apontou a ausência de identificação clara dos responsáveis pelas indicações, essencial para o controle social e a fiscalização da execução orçamentária.

A investigação é conduzida pela Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da PF, unidade especializada em casos complexos, como o inquérito sobre o plano de golpe de Estado em 2022.

O Processo Contestável

O caso envolve um ofício assinado por 17 líderes partidários, coordenado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que aprovou mais de 6 mil emendas de comissão sem o aval formal das comissões permanentes do Congresso, como prevê o regimento interno. Os líderes declararam-se coletivamente responsáveis pelas emendas, redirecionando parte significativa dos recursos para Alagoas, estado de Lira.

A medida ocorreu em meio à corrida legislativa para aprovar pautas prioritárias do governo Lula, como a reforma tributária. Com as reuniões das comissões suspensas por decisão de Lira, a análise detalhada das emendas foi substituída por acordos políticos.

Reações e Contestações

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), crítico declarado de Lira, acusou o presidente da Câmara de perseguição política e de manipular a distribuição das emendas em benefício próprio. Em discurso na tribuna, Braga destacou que indicações de sua comissão foram excluídas, enquanto a maior parte dos recursos foi direcionada a Alagoas.

“Mais uma vez, um ofício articulado pelo presidente da Câmara modificou decisões das comissões, ignorando o STF e beneficiando interesses próprios. Não me resta outra alternativa a não ser buscar a reversão legal dessa medida”, declarou o parlamentar.

Impacto e Próximos Passos

Além de suspender os pagamentos, Dino determinou que a PF ouça parlamentares envolvidos, como Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e Adriana Ventura (Novo-SP). A continuidade da liberação de recursos em 2025 dependerá do cumprimento estrito de normas de transparência, reafirmadas em decisões anteriores do STF.

O caso reacende o debate sobre a gestão das emendas parlamentares no Brasil, expondo fragilidades no processo de alocação de recursos públicos. Para Dino, “a degradação institucional e as denúncias recorrentes de desvios exigem a atuação vigilante do Supremo”.

A investigação promete desdobramentos significativos, tanto no âmbito jurídico quanto político, envolvendo figuras centrais do Congresso e o próprio modelo de gestão orçamentária do país.


Banner FIGA2025

Banner Rodrigo Colchões

Banner 1 - Portal CM7 Siga-nos no Google News Portal CM7



Carregar mais