Pacote do Corte de Gastos: Governo finaliza proposta e espera aprovação no Congresso, diz Haddad
Brasil – Após semanas de intensa articulação, o governo federal está pronto para apresentar o aguardado pacote de corte de gastos. A medida, que busca consolidar o equilíbrio fiscal, depende agora da articulação política entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (Senado) e Arthur Lira (Câmara).
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o pacote está redigido e deve ser enviado ao Congresso ainda nesta semana. No entanto, a data e o formato do anúncio final dependem da disponibilidade dos líderes legislativos. “Agora, o dia e a hora vão depender mais do Congresso do que de nós”, afirmou Haddad, sinalizando que o governo está alinhado para avançar com as medidas.
Estratégia Legislativa e Medidas Previstas
O pacote inclui iniciativas como mudanças na previdência dos militares, ajustes no programa Vale Gás e a limitação de supersalários no funcionalismo público. Para reduzir o número de propostas enviadas, o governo optará por utilizar textos já em tramitação no Congresso, reforçando a estratégia de aproveitamento legislativo.
Dentre as ferramentas legislativas, destaca-se a inclusão das medidas em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que também abarca a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU). A DRU, que permite ao governo realocar até 30% de receitas vinculadas, é considerada fundamental para a flexibilidade orçamentária, mas sua validade expira no final de 2024.
“Talvez aproveitemos essa PEC, dependendo do julgamento dos congressistas, para incluir aquilo que for matéria constitucional [do pacote de corte de gastos]”, explicou Haddad.
Impactos e Consenso Interno
O pacote reflete o esforço do governo em consolidar a credibilidade fiscal ao mesmo tempo em que busca preservar áreas essenciais. O ministro destacou que todos os ministros envolvidos nas áreas impactadas participaram das discussões e manifestaram concordância com as propostas.
Esse alinhamento será crucial para garantir a aprovação do pacote, que chega em um momento de crescente pressão por responsabilidade fiscal. Além disso, a presença de Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, nas reuniões com Lula e Haddad reforça o elo entre as políticas monetária e fiscal, fundamentais para estabilizar a economia.
Desafios no Congresso
Apesar da preparação técnica, o sucesso do pacote dependerá da articulação política do Planalto no Congresso. Medidas como a limitação de supersalários e as mudanças no Vale Gás têm potencial de atrair apoio popular, mas esbarram em resistências de grupos que serão diretamente impactados.
A expectativa do governo é que a inclusão das medidas na pauta legislativa já em tramitação facilite o processo. Contudo, a proximidade do final do ano legislativo coloca pressão adicional para que o pacote seja votado antes do recesso parlamentar.
Com a aprovação das propostas, o governo espera criar condições para um novo ciclo de crescimento econômico sustentável, reforçando a confiança de investidores e a capacidade do país de honrar compromissos fiscais sem comprometer programas sociais prioritários.