Lula abre COP30 mandando indiretas para Donald Trump; veja vídeo
Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu nesta segunda-feira (10/11) a COP30, em Belém, com um discurso repleto de recados políticos, críticas ao negacionismo climático e indiretas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que retirou o país do Acordo de Paris durante seu primeiro mandato.
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O evento marca os 10 anos do tratado global e transformou a capital paraense no centro das atenções internacionais. Diante de líderes mundiais e representantes da ONU, Lula cobrou financiamento internacional para ações ambientais e voltou a defender a Amazônia como protagonista da transição ecológica.
“Se os homens que fazem guerra tivessem aqui nessa COP, eles iriam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para a gente acabar com o problema climático do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra como se deu no ano passado”, afirmou Lula, em referência indireta aos gastos militares dos EUA e seus aliados.
“Momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”
Durante o discurso, o presidente destacou que, embora o mundo tenha avançado após o Acordo de Paris, o ritmo ainda é insuficiente.
“Estamos na direção certa, mas na velocidade errada”, disse. “Sem o Acordo de Paris, o mundo estaria fadado ao aquecimento catastrófico de 4 °C ou 5 °C até o fim do século.”
Lula afirmou que é hora de “impor uma nova derrota aos negacionistas”, em referência ao avanço de discursos anticientíficos e ao impacto das plataformas digitais na disseminação de desinformação.
“Eles controlam algoritmos, semeiam ódio e atacam as instituições, a ciência e as universidades”, declarou, em tom crítico às big techs.
Logo no início, Lula fez questão de homenagear o povo paraense e defender a escolha de Belém como sede da COP30, reconhecendo os desafios logísticos e estruturais da cidade.
“Seria mais fácil ter feito a COP numa cidade acabada, numa cidade que não tivesse problema. Mas resolvemos aceitar o desafio de fazer a COP no coração da Amazônia para provar que, quando há vontade política, nada é impossível”, afirmou.
O petista ainda exaltou a cultura local: “Tirem proveito da alegria, da culinária e do carinho do povo paraense. E não deixem de provar a maniçoba”, brincou.
Encerrando seu discurso, Lula afirmou que a COP30 será “a COP da verdade”, marcando uma nova fase de compromisso global.
“O aquecimento global é uma tragédia do presente. O desalento não pode extinguir as esperanças da juventude. Devemos a nossos filhos e netos a oportunidade de viver em uma Terra onde seja possível sonhar.”
O evento segue até 21 de novembro, reunindo cerca de 50 mil participantes. Os debates se concentrarão em sete eixos: ambição climática, eliminação de combustíveis fósseis, proteção da natureza, transição justa, adaptação, financiamento e questões de gênero.


