Líder do governo Lula no Senado questiona CPMI do INSS: ‘A crise está extinta’
Brasil – O líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), declarou nesta terça-feira (6) que a crise envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está superada. Segundo o parlamentar, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tomou medidas efetivas para enfrentar o problema, como a exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi.
“A crise do INSS está extinta”, afirmou Wagner. “A Controladoria-Geral da União abriu a investigação, houve prisões, pessoas estão sendo investigadas, o presidente do INSS caiu, o ministro caiu. Qual é a crise agora?”
Wagner também se posicionou contra a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), defendida pela oposição, que já coletou assinaturas para investigar o escândalo. Para o senador, a quantidade de comissões instauradas tem distorcido o papel do Congresso:
“Vamos virar uma delegacia de polícia?”, ironizou, sugerindo que o foco das apurações deve permanecer com os órgãos de investigação. Ele também argumentou que a maior parte das irregularidades ocorreu antes do atual governo.
Entenda o caso
A crise no INSS ganhou força com a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em abril. A investigação revelou um esquema de descontos indevidos aplicados sobre os benefícios de aposentados e pensionistas, gerando um prejuízo estimado de R$ 6,5 bilhões entre 2019 e 2024.
O ex-ministro Carlos Lupi pediu demissão em 2 de maio, após ser aconselhado por Lula. Em nota, Lupi negou qualquer envolvimento nas fraudes e afirmou que sempre apoiou as apurações conduzidas pela PF, CGU e outros órgãos de controle.
A crise tem gerado desdobramentos políticos e pressões sobre o governo, que tenta blindar a base aliada de novos desgastes enquanto busca conter o avanço da oposição no Congresso.