Governador de São Paulo apoia megaoperação no RJ e aponta crime organizado como maior ameaça ao Brasil
Brasil – Um dia após a operação policial mais letal da história do país no Rio de Janeiro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou suas atenções para o avanço do crime organizado no Brasil e lançou duras críticas à atuação do governo federal na segurança pública. Em publicações feitas na quarta-feira (29), o governador afirmou que o “principal risco ao Brasil hoje” não é econômico ou fiscal, mas sim a expansão das facções criminosas.
A manifestação ocorre após a operação nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos — número que ultrapassa o massacre do Carandiru, de 1992, quando 111 detentos foram mortos em São Paulo. No X (antigo Twitter), Tarcísio classificou o episódio como reflexo de um problema histórico e crescente: a consolidação de um poder paralelo que desafia o Estado e impõe terror à população.
Segundo o governador, o país “falha na vigilância de suas fronteiras”, permitindo a entrada massiva de armas e drogas. “As armas e drogas comercializadas no país, em sua grande maioria, não são produzidas aqui”, destacou, em uma crítica direta ao governo federal e às estratégias de combate ao tráfico internacional.
Tarcísio defendeu ainda que o Estado brasileiro precisa “retomar seu papel” e garantir à população o direito de viver com dignidade e segurança. Para ele, a cooperação entre entes federativos e órgãos de segurança é indispensável no enfrentamento ao crime organizado — tema que deverá ganhar ainda mais relevância na política nacional, especialmente diante de sua possível candidatura à Presidência em 2026 contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governador também apontou falhas em setores estratégicos, como o mercado de combustíveis, citando a facilidade para a lavagem de dinheiro e atuando ilegalmente no setor. Ele cobrou medidas mais rígidas contra os chamados “devedores contumazes” — empresas que fraudam e sonegam sistematicamente — e celebrou o avanço do PLP 164/2022 no Senado, que endurece regras contra essas práticas. Um segundo projeto sobre o tema segue sem avanço na Câmara.
Ao encerrar a publicação, Tarcísio prestou solidariedade ao governador do Rio, Cláudio Castro (PL), às famílias dos quatro policiais mortos na ação e à população impactada pela escalada da violência. Diferente de outros governadores alinhados à direita e ao centro, porém, ele não participará da comitiva que se reúne nesta quinta (30) no Rio de Janeiro para discutir o enfrentamento ao crime organizado.




