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Cabide de contratos: Wilson Lima quer torrar R$ 6,4 milhões com nova licitação para consultoria na Educação; veja

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Cabide de contratos: Wilson Lima quer torrar R$ 6,4 milhões com nova licitação para consultoria na Educação; veja

Amazonas – Enquanto professores lutam para manter alunos motivados e escolas enfrentam problemas estruturais básicos, o governo Wilson Lima avança com mais uma licitação milionária que reforça um padrão já conhecido: decisões administrativas que privilegiam consultorias e estruturas paralelas, não a educação real. Desta vez, o Estado pretende gastar R$ 6,48 milhões para que uma empresa privada assuma praticamente toda a engrenagem interna da UGP-PADEAM.

O certame — marcado para 19 de dezembro — coloca em evidência a dependência crescente do governo por terceirizações em áreas estratégicas. Em vez de fortalecer servidores de carreira ou reorganizar processos internos, o governo opta por montar um “escritório técnico terceirizado”, responsável desde tarefas operacionais até atividades estratégicas, como elaboração de pareceres, acompanhamento de metas, análises jurídicas, engenharia, produção de relatórios e articulação com organismos internacionais.

Ou seja: um pacote completo para administrar aquilo que, originalmente, deveria ser conduzido pelo próprio Estado.

Consultoria que resolve tudo, menos a educação

O mais curioso — e preocupante — é que a megaestrutura a ser contratada não toca em absolutamente nada que mude o cotidiano do estudante. Não há reforço pedagógico, não há apoio direto às escolas, não há investimento em formação docente. Tudo gira em torno de processos, papéis, análises e demandas burocráticas.

O governo promete eficiência, mas entrega uma espécie de central de operações privada financiada com dinheiro público. Uma engrenagem de luxo, montada enquanto a rede escolar agoniza.

A nova licitação não aparece do nada. Ela nasce em um ambiente já marcado por gastos cada vez mais altos e resultados cada vez mais baixos. A Seduc, sob a gestão Wilson Lima, se consolidou como um grande polo de contratos milionários que pouco — ou nada — dialogam com a realidade da sala de aula.

O histórico de contratos milionários questionáveis

A Seduc se consolidou nos últimos anos como um polo de contratos vultosos, muitos deles marcados por aditivos, falta de transparência e resultados pífios. Entre os principais:

• Pri Apoio / New Pri / Potencial
Recebeu mais de R$ 271,1 milhões entre 2021 e 2025. Contratos chegaram a ser suspensos pelo TCE-AM por aumentos injustificados.

• BC Sobrinho
Contrato de manutenção de áreas verdes saltou de R$ 8,9 milhões para R$ 11 milhões ao ano, após 12 aditivos em menos de 12 meses.

• Rangel Tur
Contratos milionários ligados a eventos esportivos, logística e JEA’s.

• Empresa instalada em casa simples
Mais de R$ 16 milhões em pagamentos, apesar da falta de estrutura compatível com contratos dessa magnitude.

• Gastos com eventos, brindes e material gráfico
Mais de R$ 3 milhões destinados somente a ações promocionais e materiais esportivos.

São cifras enormes, mas com impacto mínimo — ou inexistente — na aprendizagem dos estudantes.

A repetição da mesma fórmula

A contratação milionária para o PADEAM segue o mesmo padrão: cria-se uma estrutura paralela, contrata-se um exército terceirizado, distribuem-se tarefas que deveriam ser permanentes dentro da administração pública e, ao final, a educação continua no mesmo lugar — ou pior.

A cada ano, os problemas se acumulam: evasão escolar em alta, desempenho frágil em português e matemática, escolas ultrapassadas e professores sobrecarregados. Nada disso muda com consultorias de milhões.

O Estado encolhe, os contratos crescem

Em vez de fortalecer servidores, abrir concursos ou reestruturar a pasta, o governo opta por reduzir seu papel e ampliar o peso das empresas privadas sobre a gestão pública. É a transformação silenciosa da Seduc em um grande centro de contratações, onde decisões críticas passam a depender de equipes temporárias que entram e saem a cada novo edital.

A licitação de R$ 6,48 milhões é mais do mesmo: muitos recursos, pouco impacto e um Estado cada vez mais incapaz de se autogerir.

No fim, a conta chega sempre para o mesmo grupo: professores esgotados, estudantes sem perspectiva e uma população que paga caro por uma educação que não entrega o mínimo.

Veja documentos:

 

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