Após parceria catastrófica entre Governo do AM e IBAMA no Apuí, Wilson Lima diz que é ‘a favor dos produtores rurais’
Amazonas – O governador Wilson Lima tentou, nesta quinta-feira (3/07), durante reunião do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, usar um discurso barato para apaziguar a revolta dos produtores rurais de Apuí, no sul do Amazonas, que tiveram suas propriedades destruídas pelo IBAMA.
“Aqui nós somos pró-produtor. Aqui nós somos a favor da produção. Aqui nós somos a favor do trabalhador, estamos a favor do pequeno produtor, porque essa pessoa está gerando riqueza para o estado, está gerando emprego e está gerando oportunidade para a nossa população”, disse Wilson Lima.
O governador também falou que mobilizará uma operação que vai buscar ouvir os agricultores. Mas não chegou a mencionar o porquê esse diálogo não foi criando antes das perdas materiais e traumas humanos causados pela catastrófica operação resultado da parceria entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-AM), Ministério do Meio Ambiente e o IBAMA. Veja vídeo:
A declaração vem após uma operação devastadora, desencadeada por um ofício da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-AM), que resultou na destruição de casas, galpões e máquinas agrícolas no município de Apuí, a 453 km de Manaus.
Longe de apoiar os trabalhadores, as ações do governo estadual expuseram uma gestão desconexa e conivente com a truculência federal. A crise em Apuí ganhou contornos escandalosos na última quarta-feira (02/07), quando a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, revelou, em sessão na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, que a operação que arrasou propriedades rurais no distrito de Sucunduri foi solicitada pelo próprio Governo do Amazonas.
Um ofício “urgente”, datado de 9 de junho de 2025 e assinado pelo secretário Eduardo Taveira, pediu reforço do IBAMA para fiscalizar supostos desmatamentos ilegais. O resultado? Uma ação desastrosa, com tratores e helicópteros destruindo sem critério residências, currais e equipamentos de produtores, muitos dos quais possuíam licenças de manejo válidas.“Chegaram armados, sem diálogo, e destruíram tudo. Perdemos nossa casa, nosso sustento”, relatou um agricultor afetado, cuja voz ecoa a indignação de dezenas de famílias.
Imagens que viralizaram mostram a barbárie: cercas derrubadas, tratores incendiados e lares reduzidos a escombros. A operação, longe de ser uma fiscalização ambiental, foi percebida como um ataque aos trabalhadores rurais, autorizado por um governo que agora tenta se esquivar da responsabilidade.



