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“Ele tinha abusado da nossa filha”, diz médica que matou ex-marido a tiros em frente de UBS; veja vídeo

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“Ele tinha abusado da nossa filha”, diz médica que matou ex-marido a tiros em frente de UBS; veja vídeo

Brasil – A médica Nadia Tamyres confessou ter assassinado o ex-marido, o também médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, de 42 anos, na tarde desse domingo (16), em Arapiraca, no Agreste de Alagoas. O crime aconteceu em frente a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no Sítio Capim, e foi registrado por câmeras de segurança. Horas depois, Nadia foi presa em Maceió com a arma usada nos disparos.

O vídeo mostrando toda a ação rapidamente viralizou nas redes sociais. Nas imagens, Alan aparece dentro de um carro estacionado, conversando com uma mulher que está sobre uma motocicleta — identificada como a cunhada de Nadia, companheira do irmão da médica. Segundos depois, Nadia chega em um carro preto, desce com uma arma em punho, aponta na direção do ex-marido e, após mais de 40 segundos, dispara diversas vezes. Alan ainda tenta fugir dando ré, mas é atingido e morre dentro do veículo.

Relato da médica: “Eu vi que minha filha estava pedindo socorro”

Em depoimento ao Agora Alagoas, Nadia Tamyres deu detalhes sobre o que, segundo ela, motivou o crime. A médica afirma que Alan havia abusado da filha do casal e que há um ano e meio vinha travando uma batalha judicial e emocional para proteger a criança.

O relato dela, mantido na íntegra, diz:

“Há mais ou menos um ano e meio atrás, eu fiz uma denúncia sobre a, o abuso de vulnerável que a minha filha sofreu, né? Fui casada 22 anos com essa mesma pessoa, desde os meus 15 anos de idade. E quando eu flagrei e a escola percebeu, as funcionárias da casa perceberam, eu vi que a minha filha estava pedindo socorro e tomei coragem de fazer a denúncia.
A minha sogra disse que eu não era para confiar nele, mas era para colocar ordem na casa e dissesse que não pode. E a minha mãe disse que estupro é somente com pênis. Então assim, em 2025, a gente sabe que essa não é uma realidade mais, que a gente não tem que se calar. Então, tomei coragem e fiz a denúncia.
Através da denúncia, eu pedi a medida protetiva, que foi concebida, e ele ficou me ameaçando com um primo dele, dizendo que o primo é ex-presidiário e que ia me pegar caso ele fosse preso. A polícia me cedeu também a medida protetiva contra o primo dele.
A delegada na época fechou o inquérito e viu que sim, ele tinha abusado da criança e mandou para a primeira vara. E mesmo assim, ele ficou livre.
Tem um porte de arma concedido pela polícia, tenho a posse desde 2020, porque eu moro em zona rural.
E simplesmente quando eu fui virar a esquina de casa, eu encontrei, eu avistei o carro dele embaixo de uma árvore, na esquina de casa, junto com a cunhada minha, esposa do meu irmão. E eu fiquei com medo de quando eu passasse, ele fosse me matar. Eu, eu fiquei com muito medo dele, eu achei que ele, eles tinham feito ali uma emboscada para mim.
Aí eu desci do carro, antes dele me matar, infelizmente, eu atirei nele. Eu não sei quantos tiros foram, eu simplesmente fechei os olhos, olhei na direção onde ele estava.”

Delegado: médica afirmou ter agido em legítima defesa

O delegado Daniel Scaramello, responsável pelo caso, afirmou que Nadia confessou o crime e alegou ter agido em legítima defesa, dizendo que Alan teria descumprido uma medida protetiva que o impedia de se aproximar dela a menos de 300 metros.

Segundo o delegado:

“Ela relatou que agiu em legítima defesa porque ele descumpriu a medida protetiva. Ele se aproximou e isso, segundo ela, gerou uma ameaça. Ela afirmou que acreditou que ele poderia atacá-la ou até avançar o carro contra ela.”

A guarda da filha e ameaças relatadas

Na semana anterior ao crime, uma audiência sobre a guarda da criança havia determinado que Alan poderia visitar a filha uma vez por semana. Segundo a Polícia Militar, a decisão deixou Nadia “irresignada”.

A PM também informou que Nadia teria confidenciado a pessoas próximas que, caso perdesse a guarda da filha, mataria a criança e depois tiraria a própria vida. Após o assassinato, os militares localizaram a menina com a avó materna. O Conselho Tutelar decidiu mantê-la sob a guarda da avó.

Nadia afirma que o ex-marido utilizava o primo — descrito como ex-presidiário — para ameaçá-la, o que a levou a pedir medidas protetivas também contra ele.

O crime

O assassinato aconteceu por volta da tarde desse domingo (16). Alan estava dentro do veículo quando foi surpreendido pelos disparos. Nas imagens divulgadas, ele aparece agonizando enquanto uma mulher o abraça no banco do motorista. Populares se aglomeraram ao redor do carro até a chegada das autoridades.

Nadia fugiu do local, mas foi localizada horas depois em Maceió com a arma do crime.

Investigação continua

A Polícia Civil segue investigando o caso, que envolve denúncias anteriores de abuso infantil, medidas protetivas, possíveis ameaças e a disputa pela guarda da filha. A defesa de Alan ainda não se manifestou.

O corpo do médico foi removido para o IML, e Nadia permanece detida enquanto aguarda novas decisões da Justiça.



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