Brasília Amapá Roraima Pará |
Manaus
Web Stories STORIES
Brasília Amapá Roraima Pará

Sanae Takaichi é eleita primeira mulher a liderar governo do Japão

Compartilhe
Sanae Takaichi é eleita primeira mulher a liderar governo do Japão

Mundo – A nacionalista Sanae Takaichi foi nomeada nesta terça-feira (21) primeira-ministra do Japão, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo, graças a uma coligação parlamentar formada na véspera, após negociações de última hora.

A Câmara Baixa do Parlamento japonês nomeou Takaichi, de 64 anos, logo na primeira votação e sua nomeação será oficializada quando se encontrar com o imperador Naruhito ainda hoje.

A líder é eleita em meio a uma situação política delicada no país, mas também diante de agenda internacional densa, que tem como ponto mais alto a visita ao Japão do presidente norte-americano, Donald Trump, na próxima semana.

Sanae Takaichi conquistou, em 4 de outubro, a presidência do Partido Liberal Democrático (PLD), a formação conservadora de direita no poder, quase ininterruptamente desde 1955, mas que nos últimos meses perdeu a maioria nas duas câmaras do Parlamento nipónico devido especialmente a escândalos financeiros.

O aliado tradicional do PLD, o partido centrista Komeito, abandonou a coligação em vigor desde 1999, incomodado com os escândalos e as opiniões conservadoras de Sanae Takaichi.

Para garantir a eleição para a chefia do governo e suceder o primeiro-ministro Shigeru Ishiba, Takaichi formou nessa segunda-feira uma aliança com o Partido Japonês para a Inovação (Ishin), grupo reformista de centro-direita.

A nova líder do governo do Japão, admiradora da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, apelidada de “Dama de Ferro”, prometeu um Executivo com número de mulheres “à escandinava”, em contraste com apenas duas na equipe do antecessor.

Uma delas deverá ser Satsuki Katayama, ex-ministra da Revitalização Regional, que ocupará o cargo de ministra das Finanças, de acordo com a imprensa japonesa.

O Japão está classificado em 118º lugar entre 148 no relatório de 2025 do Fórum Econômico Mundial sobre a disparidade entre os sexos, e a câmara baixa do Parlamento nipônico é exemplo disso, contando com apenas 15% de mulheres.

Takaichi quer trazer à agenda das políticas publicas uma nova sensibilidade para as dificuldades relacionadas com a saúde das mulheres e não hesita em falar abertamente sobre os seus sintomas relacionados com a menopausa.

No entanto, suas posições políticas sobre a igualdade de gênero a colocam à direita de um PLD já conservador. Por exemplo, a nova chefe do Executivo se opõe à revisão de uma lei que obriga os casais a usarem o mesmo sobrenome e apoia uma sucessão imperial reservada aos homens.

Takaichi também enfrentará a luta contra o declínio demográfico do Japão e a recuperação da quarta maior economia mundial.

Além disso, a coligação com o Ishin representa 231 assentos no Parlamento, abaixo dos 233 necessários para a maioria absoluta, o que leva a ter que negociar com outros partidos para governar.

Sanae Takaichi já se manifestou a favor do aumento da despesa pública para reanimar a economia, seguindo o exemplo de seu mentor, o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, e sua vitória impulsionou a Bolsa de Tóquio a atingir níveis recordes, sobretudo devido à reputação de “pomba fiscal” (termo que designa gestores públicos gastadores) com as empresas a apostarem num novo ciclo de redução dos impostos.

No plano externo, Takaichi também moderou o discurso sobre a China e, na semana passada, absteve-se prudentemente de visitar o santuário Yasukuni, símbolo do passado militarista japonês, agressivo contra os vizinhos do Japão.

Em nível interno, finalmente, a primeira mulher líder do PLD e primeira chefe de governo nipônico tem como principal desafio recuperar a popularidade do seu partido, depois de uma série de reveses eleitorais que viram a ascensão do Sanseito, um pequeno partido populista que qualifica a imigração como “invasão silenciosa”.



Banner Rodrigo Colchões

Banner 1 - Portal CM7 Siga-nos no Google News Portal CM7



Carregar mais