Furacão Melissa: sobe para 49 número de mortos por ‘tempestade do século’ no Caribe
Mundo – O furacão Melissa continua deixando um rastro de destruição pelo Caribe. O número de mortos subiu para 49, segundo balanço atualizado pelos governos locais nesta sexta-feira (31). O fenômeno, que chegou à categoria 5 e foi classificado como a “tempestade do século”, agora avança em direção às Bermudas, já com ventos mais amenos.
A maior tragédia ocorreu no Haiti, onde 30 pessoas morreram, entre elas dez crianças, na cidade de Petit-Goâve, após o transbordamento do rio La Digue. O país, que não foi atingido diretamente pelo furacão, sofreu com ventos violentos e chuvas torrenciais. Estradas, plantações e casas ficaram destruídas, e ao menos 20 pessoas estão desaparecidas.
Na Jamaica, onde o Melissa atingiu o solo como o furacão mais potente da história do país, foram 19 mortos. O cenário é de colapso: centenas de milhares de pessoas estão sem energia elétrica, telhados foram arrancados e comunidades inteiras ficaram isoladas. As Forças Armadas convocaram reservistas para reforçar as operações de resgate e socorro.
Em Cuba, o furacão não deixou mortos, mas devastou cidades da região leste. Mais de 735 mil pessoas foram evacuadas e 241 comunidades permanecem isoladas. A província de Santiago, a segunda maior do país, foi uma das mais atingidas, com casas destruídas e falta de comunicação.
O Centro Nacional de Furacões dos EUA informou que, à meia-noite desta sexta-feira (31), o Melissa se encontrava a 264 km a oeste das Bermudas, já rebaixado para categoria 2, com ventos sustentados de 161 km/h. Embora não deva atingir diretamente o território britânico, as autoridades suspenderam aulas, balsas e fecharam a principal ponte da ilha por precaução.
A empresa AccuWeather estima que os prejuízos econômicos provocados pelo Melissa variem entre US$ 48 bilhões e US$ 52 bilhões em toda a região do Caribe. Meteorologistas apontam que o furacão foi o terceiro mais intenso já registrado na história do Caribe, e o mais lento, o que agravou os danos.
Cientistas atribuem a força do fenômeno ao aquecimento das águas oceânicas, impulsionado pelas emissões de gases de efeito estufa. Países caribenhos têm reforçado pedidos de apoio financeiro internacional diante dos impactos climáticos crescentes.
Enquanto isso, equipes de resgate internacionais — incluindo especialistas dos Estados Unidos — seguem em deslocamento para Jamaica e Haiti, onde milhares de famílias estão desabrigadas e ainda aguardam ajuda.


