Justiça decide que mãe não será responsabilizada por queda de filha em cruzeiro da Disney na Flórida
Mundo – A Justiça da Flórida decidiu que a mãe de uma menina de 5 anos que caiu no mar durante um cruzeiro da Disney, em junho deste ano, não será responsabilizada criminalmente. O gabinete do promotor público do Condado de Broward concluiu que o episódio foi um “acidente trágico”, sem indícios de negligência intencional ou criminosa.
O caso ganhou repercussão mundial após imagens do resgate circularem nas redes sociais, com muitos usuários culpando os pais da criança por supostamente colocá-la em risco enquanto tiravam fotos a bordo do Disney Dream, navio da Disney Cruise Line.
O acidente
O incidente ocorreu em 29 de junho, quando o cruzeiro navegava pelas águas das Bahamas, a caminho de Fort Lauderdale. Segundo a Promotoria, a família — em seu primeiro cruzeiro juntos — caminhava pela pista de corrida do navio por volta das 11h30, quando a mãe parou para fotografar a filha. A menina subiu em um corrimão, atrás do qual a mulher acreditava haver uma barreira de vidro.
A criança perdeu o equilíbrio e caiu de costas no mar, de uma altura estimada em 15 metros. O pai, que estava a poucos metros de distância, ouviu os gritos e imediatamente se lançou na água para salvá-la — mesmo sem que os sensores de alarme de “homem ao mar” tivessem sido acionados, devido ao porte pequeno da menina.
Resgate dramático
De acordo com o relatório da Promotoria, o pai conseguiu localizar a filha e mantê-la à tona até a chegada do resgate. Um bote foi lançado cerca de nove minutos depois, resgatando ambos com vida. O homem sofreu fraturas nas costas e foi diagnosticado com hipotermia e acidose láctica — consequência do esforço extremo para manter a filha segura.
A menina, que havia feito aulas de natação, mas ainda não sabia nadar sozinha, também apresentou hipotermia leve e ficou sob observação médica por nove horas. Após o desembarque, o pai foi encaminhado ao Broward Health Medical Center, onde recebeu tratamento especializado.
Conclusão da Promotoria
Em um memorando, a promotora assistente Melissa Kelly destacou que o comportamento da mãe foi “negligente e irresponsável”, mas não atingiu o grau de gravidade exigido para uma acusação criminal.
“Embora a conduta do réu seja indiscutivelmente negligente e irresponsável, ela não atinge o nível flagrante de conduta necessário para estabelecer negligência criminal culposa”, escreveu Kelly.
A promotora também classificou o episódio como um “lapso momentâneo de julgamento adequado”, enfatizando que não há evidências de que a mulher tenha demonstrado desinteresse ou descuido consciente em relação à segurança da filha.
Raridade e silêncio da Disney
Casos de queda em cruzeiros são considerados raros. De acordo com dados da Cruise Lines International Association, em 2019 — último ano com registros completos — foram relatadas 25 quedas de passageiros, das quais 17 resultaram em morte.
A Disney Cruise Line não se pronunciou oficialmente sobre o caso. A identidade da família foi mantida em sigilo, e seus nomes foram removidos dos documentos divulgados à imprensa.
A decisão, tomada ainda em julho, só veio a público após reportagem do Daily Mail, revelando novos detalhes sobre a investigação e a conclusão de que a tragédia foi resultado de um erro humano — e não de um crime.



