Homem é condenado à morte por assassinato de cinco mulheres na Flórida; veja vídeo
Mundo – Em uma decisão que marcou o desfecho de um caso chocante, Zephen Xaver, de 27 anos, foi condenado à morte na última segunda-feira pelo assassinato de cinco mulheres em um banco SunTrust, em Sebring, em 2019. A juíza Angela Cowden, do Tribunal do Condado de Highlands, descreveu os crimes como “calculados, hediondos e cruéis”, destacando o planejamento meticuloso de Xaver e o terror imposto às vítimas.
O crime, que abalou a pequena cidade de 11 mil habitantes, ocorreu há quase seis anos, quando Xaver, um ex-estagiário de guarda prisional, entrou no banco, ordenou que as cinco mulheres se deitassem no chão e atirou na cabeça de cada uma delas, ignorando seus pedidos de misericórdia. As vítimas foram Cynthia Watson, 65 anos, cliente do banco; Marisol Lopez, 55 anos, coordenadora de caixa; Ana Pinon-Williams, 38 anos, estagiária; Debra Cook, 54 anos, caixa; e Jessica Montague, 31 anos, banqueira.
Xaver, que se mudou para Sebring em 2018 vindo de South Bend, Indiana, já apresentava sinais de instabilidade mental anos antes do crime. Em 2014, ele relatou sonhos violentos a colegas de escola, o que levou a uma intervenção policial. Apesar de promessas de sua mãe de buscar ajuda psicológica, Xaver continuou a exibir comportamentos preocupantes. Em 2016, ingressou no Exército, mas foi dispensado após três meses. Uma ex-namorada revelou que ele via o serviço militar como uma forma de “matar pessoas e se safar”. Em 2017, ele enviou mensagens sugerindo intenções de cometer “suicídio policial” ou fazer reféns.
Contratado como guarda em treinamento em uma prisão próxima a Sebring em novembro de 2018, Xaver pediu demissão duas semanas antes do crime, um dia após comprar a arma usada nos assassinatos. Horas antes do ataque, ele trocou mensagens com uma ex-namorada em Connecticut, declarando que aquele era “o melhor dia de sua vida” e, minutos antes do tiroteio, afirmou: “Vou levar algumas pessoas comigo porque sempre quis matar pessoas.”
Xaver se declarou culpado no ano passado por cinco acusações de homicídio em primeiro grau. Após um julgamento de duas semanas, o júri recomendou a pena de morte por 9 votos a 3 em junho deste ano. A juíza Cowden, ao proferir a sentença, afirmou que os fatores agravantes – como o planejamento do crime e o sofrimento das vítimas – superaram as circunstâncias atenuantes apresentadas pela defesa, que incluíam o histórico de doença mental de Xaver, um tumor cerebral benigno e sua conversão ao cristianismo na prisão.
A defesa, liderada pela advogada Jane McNeill, pediu uma sentença de prisão perpétua, argumentando que isso traria um desfecho mais rápido às famílias e à comunidade, evitando anos de apelações. A sentença de morte, no entanto, será automaticamente apelada, conforme determina a lei da Flórida. Uma nova legislação estadual, que reduz a exigência de unanimidade do júri para 8 a 4 votos em casos de pena capital, foi aplicada no caso, embora a defesa a tenha considerado inconstitucional.
Durante o julgamento, familiares das vítimas expressaram sua dor e indignação. Kiara Lopez, filha de Marisol Lopez, descreveu como sua mãe recebeu Xaver com um sorriso no banco, apenas para ser assassinada por ele. “Você me estilhaçou em um milhão de pedaços”, disse Kiara, prometendo “celebrar o dia da sua morte”. Michael Cook, marido de Debra Cook, também não poupou palavras, chamando Xaver de “covarde” e afirmando não ter “nenhuma simpatia” por ele.
O massacre no banco SunTrust chocou Sebring, uma cidade pacata conhecida por sua tranquilidade. O caso reacende debates sobre saúde mental, controle de armas e a aplicação da pena de morte nos Estados Unidos. Enquanto a sentença de Xaver marca o fim de um capítulo, a dor das famílias e os questionamentos sobre como evitar tragédias semelhantes permanecem.
Para mais informações sobre o caso ou para acompanhar os desdobramentos, acesse o site do Tribunal do Condado de Highlands.