Morre aos 99 anos a atriz e comediante Berta Loran, ícone do humor brasileiro
Brasil – A atriz e comediante Berta Loran, um dos nomes mais marcantes do humor nacional, morreu na madrugada desta segunda-feira (29), aos 99 anos, em um hospital particular de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada.
Berta completaria 100 anos em março de 2026. Nos últimos anos, vivia reclusa, longe da imprensa e evitando aparições públicas, segundo amigos próximos.
Carreira e legado
Nascida em Varsóvia, na Polônia, em 1926, Berta imigrou ainda criança para o Brasil com a família judia, fugindo do Holocausto e da perseguição nazista. No Rio de Janeiro, iniciou sua trajetória artística nos clubes da comunidade judaica, em parceria com a irmã, na dupla Berta e Bela Ais.
A partir dos anos 1950, destacou-se no teatro de revista e, logo depois, tornou-se presença constante na televisão brasileira. Atuou em programas históricos, como Balança, Mas Não Cai (1968), e consolidou sua popularidade em produções como a Escolinha do Professor Raimundo (1990-1995) e o Zorra Total (1999-2015), onde seu humor irreverente conquistou gerações.
Discrição nos últimos anos
Afastada da TV, Berta optou por uma vida mais reservada. Recusou convites para entrevistas em programas como The Noite, de Danilo Gentili, e Sem Censura, mesmo quando abordada por colegas próximos. “Ela queria preservar a imagem, inclusive diante de amigos”, contou João Luiz Azevedo, produtor cultural que lançou, em 2016, o livro Berta Loran: 90 anos de humor (Litteris).
Até mesmo no aniversário de 99 anos, a atriz preferiu não receber visitas nem participar de comemorações públicas.
Uma lenda do riso
Com mais de seis décadas dedicadas à arte, Berta Loran deixa um legado incontestável para a comédia brasileira. Entre palcos e telas, marcou o humor com personagens icônicos e irreverência única, tornando-se uma das grandes referências femininas na história da televisão.