Ex-presidente do Amazonastur testemunha decadência do Kwait Club em Parintins
Amazonas – O ex-presidente do Amazonastur, Orsine Junior, relatou com detalhes ter testemunhado a maior decadência do empreendimento familiar Kwait Club, em Parintins durante o festival. Ele considera a administração do estabelecimento uma verdadeira lástima para o turismo local.
Segundo Orsine Jr, as falhas nos serviços fornecidos pela empresa começam desde as atracações dos barcos, etapa qual os clientes se encontram em total dificuldade para se informar qual o local específico para atracar, pois não existia sinalização alguma.
”No nosso caso, tivemos de atracar, desatracar, esperar a chegada de uma balsa auxiliar e só aí pudemos ficar atracados corretamente. Trabalho e risco desnecessários pelo valor de R$ 1 mil por metro de largura cobrado na ancoragem da embarcação. Pagamos R$12 mil pelo péssimo serviço. Detalhe: pagamos a docagem e não recebemos nenhum documento fiscal desta operação, o que caracteriza evasão fiscal”, detalha Orsine.
Outro episódio relatado por Orsine, foi a etapa de ”empulseiramento” dos passageiros, onde foi usado um tom de deselegância e imposições de várias regras unilaterais. Ele conta que o barco tinha capacidade para 46 passageiros e só receberam 20 pulseiras, e por isso, ainda precisaram pagar os excedentes no valor de R$ 400.
”Segundo a senhora Tábata, Gerente de Operações, esta era a pulseira “mais desejada” da cidade. Então fica a pergunta: esse objeto de desejo é cobrado por passageiro, por metro de atracação ou pela “pirangagem” da empresa? Também não nos foi dado nenhum documento fiscal da compra dos serviços e produtos consumidos”, disse Orsine.
Ainda sobre as pulseiras, Orsine descreve que o carregamento das pulseiras realizados de forma online pelas maquininhas de cartão, foi cobrado o valor de R$ 10 de cada cliente.
”Ou seja, agora, para a automação do sistema do serviço de bar e restaurante utilizados pela empresa, o consumidor deve “pagar” pelo sistema. Um oportunismo sem tamanho. Será que o consumidor não está sendo lesado? Será que essa taxa é legal? Além disso, não venha pedir reembolso do seu carregamento no local. Somente o pagamento tem que ser imediato, enquanto o reembolso só acontece online e depois de alguns dias”, questiona.
Sobre a música do local, Orsine relata que o local não respeita o código de postura do município e nem o bom senso, pois o som em alto volume vai até 6h da manhã, descumprindo o próprio regulamento e normas estabelecidas, causando uma verdadeira poluição sonora e transtorno aos passageiros das embarcações.
Durante o embarque e desembarque, ele conta que precisavam passar pelo meio da pista de dança e que não tinha um local específico para realizar o trajeto. Além da limpeza e higiene dos banheiros ficarem muito a desejar, segundo ele, é péssimo a falta de uma estação de tratamento de esgoto e uma política de recolhimento e reciclagem o lixo.
Nem a praça de alimentos se salvou. Orsine conta que haviam restaurantes prometidos como hamburgueria e as bebidas eram vendidas a preços exorbitantes, além de serem servidas quentes. Ele conta que os tais combos promoccionais dos camarotes não foram fornecidos como o prometido.
”No local, também não estavam presentes loja conveniência 24 horas e mini-drograria. O serviço de customização de camisas não existiu e o transfer não funcionou no primeiro dia. Não contamos com serviço concierge e a segurança era altamente truculenta, sempre impondo novas regras, a cada dia. Não evitavam o consumo de tóxicos no local, que empestavam a área dos transfers”.
Orsine encerra o testemunho lamentando o esforço monstruoso feito por João Pedro Baranda, o patriarca idealizador do empreendimento na década de 90, em parceria com a Coca-Cola, estar indo ladeira abaixo com a nova administração.
”A “pirangagem” está deteriorando o patrimônio construído por um visionário turístico, motivo pelo qual não podemos ficar calados. Vide o Hotel Ariaú que faliu após a má gestão e ingerência dos sucessores. Sinceramente, Parintins não pode perder este empreendimento por desorganização e desrespeito aos clientes. Continuaremos alertas e firmes no propósito de defender o turismo e seu maior patrimônio, o TURISTA!”, finaliza.


