Desrespeito às raízes: o triste episódio do abandono do Fecani em Itacoatiara
Amazonas – O ano é 2023 e mais uma vez a população de Itacoatiara é forçada a testemunhar o desprezo flagrante da administração municipal pelo seu próprio patrimônio cultural.
O Festival da Canção de Itacoatiara (Fecani), um símbolo de orgulho e identidade, está sendo mais uma vez relegado a segundo plano, abandonado por motivos políticos que reforçam a crescente sensação de descontentamento na cidade.
O Fecani, um evento que celebra a música e a criatividade, que proporcionava um espaço para artistas locais e nacionais se destacarem, agora é apenas uma sombra do que costumava ser.
A administração do prefeito Mário Abrahim decidiu priorizar outro evento, o ExpoFest, relegando o Fecani a um lugar secundário.
A ironia é palpável quando percebemos que as empresas envolvidas na organização do ExpoFest têm ligações íntimas com a família de Abrahim e até mesmo com o prefeito de outra cidade próxima.
Em 2022, um episódio que desafia a lógica da justiça e da igualdade veio à tona. O prefeito de Itacoatiara teria ousado tomar para si os recursos financeiros destinados ao Fecani pelo governo do estado, tudo para promover seu próprio “evento” nas mesmas datas em que o Fecani estava programado para ocorrer.
As acusações foram lançadas, a Associação dos Itacoatiarenses Residentes em Manaus (AIRMA) clamou por justiça, mas a prefeitura, como de costume, negou tudo.
O maior festival da canção do norte do país foi rebaixado a um espaço menor, indigno da grandiosidade que ele uma vez representou. A tradição, a magia e a grandiosidade que costumavam envolver o Fecani foram substituídas por uma atmosfera de negligência e descaso.
E agora, em 2023, vemos um lampejo de esperança com a Associação dos Itacoatiarenses Residentes em Manaus (AIMA) tomando uma atitude legal para resgatar a dignidade do Fecani.
Um mandado de segurança foi apresentado, um pedido liminar foi concedido pela Justiça Estadual, ordenando que o Fecani aconteça no Centro de Eventos de Itacoatiara.
A decisão foi tomada por um desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM). Mas o que faz o prefeito Mário Abrahim? Ele desafia essa decisão, mostrando um desprezo total pelas instituições e pelo próprio sistema judiciário.
É triste e revoltante que um festival que foi agraciado com o título de Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Amazonas esteja sendo tratado com tamanho desrespeito.
Enquanto outros eventos culturais estão sendo realizados com pompa e circunstância, o Fecani é deixado de lado, relegado a um espaço menor, menosprezado por interesses políticos e ganhos pessoais.
A cidade de Itacoatiara merece mais do que isso. Seus cidadãos merecem respeito, merecem a chance de celebrar a música e a cultura que os definem. É hora de se unirem, de levantarem suas vozes e exigirem que o Fecani seja tratado com a importância que merece.
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