Tarifaço de Trump: Empresários veem retrocesso após reunião com governo
Mundo – Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), disse que tinha saído da reunião interministerial com o governo com “a sensação de recado passado”.
Da última terça-feira (15) para cá vê, contudo, pouco andamento nas discussões comerciais com os Estados Unidos e “uma deterioração nas relações diplomáticas”.
Após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar uma alíquota de importação de 50% para todos os importados brasileiros, a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi reunida num colegiado interministerial que tem buscado interlocução com o setor privado para encontrar caminhos para vencer o tarifaço.
Pupo vê uma iniciativa “perfeita” por parte da equipe capitaneada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). Porém, acredita que houve pouca evolução desde as conversas e alerta que “a cada dia que passa esse cronômetro fica ainda mais vermelho” para alguns setores.
“Falei ‘ministro, vamos pensar na pior hipótese possível, chegar dia 1º sem acordo, como fazemos com o que está?’ Uma pergunta que fica sem resposta. O governo absorveu, a expectativa era de que fosse atrás, mas não aconteceu, e a sensação é de que piorou com declarações políticas.”
Os esforços do Executivo por um acordo têm enfrentado dois entraves principais: a dificuldade em encontrar um interlocutor oficial na Casa Branca e a tensão política entre o republicano e o petista.
No momento, o superintendete da Abimci vê o empresariado como “refém da negociação, passageiros nesse carro”. Para fortalecê-la, defende que sejam trabalhados argumentos técnicos, como a complementaridade entre as pautas produtivas brasileira e norte-americana.


