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Ritmo econômico do Amazonas desacelera e preocupa autoridades

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Ritmo econômico do Amazonas desacelera e preocupa autoridades

Amazonas – O Amazonas começa enfrentar um momento delicado na economia. Apesar de registrar crescimento nominal na arrecadação, o Estado sofre com queda real na produção industrial, retração no comércio e diminuição do consumo, segundo levantamento do CM7 BRASIL. O alerta foi enfatizado pelo superintendente do IBGE no Amazonas, Francisco Braz da Silva Portela.

Arrecadação cresce, mas perde poder de compra

Em setembro, a Secretaria da Fazenda (SEFAZ-AM) contabilizou R$ 1,72 bilhão em impostos, taxas e contribuições, o maior valor do ano. Contudo, quando ajustado pela inflação, o número representa queda de 11,5% em relação ao mesmo mês de 2024. Na prática, o Estado arrecada mais em termos nominais, mas com menor poder de compra e base produtiva reduzida.

“O Amazonas está arrecadando, mas não cresce de verdade. Há números positivos no papel, mas a economia real mostra estagnação”, alertou Portela.

Comércio e indústria em queda

O comércio amazonense, considerado termômetro da renda da população, registrou queda de 20,6% em agosto, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. A indústria, principal motor do Polo Industrial de Manaus, também recuou 9% no mesmo período.

Esses setores respondem por mais de 90% da arrecadação estadual. A retração impacta diretamente o ICMS, que caiu 13,7% em termos reais, refletindo em fundos como FTI, FMPES e UEA, utilizados em investimentos, bolsas de estudo e políticas públicas.

Fatores estruturais e ciclo vicioso

A análise do CM7 BRASIL aponta que o problema não está na arrecadação em si, mas na falta de crescimento real. O consumidor amazonense enfrenta endividamento e juros altos, enquanto a confiança empresarial se mantém baixa. A consequência é um ciclo vicioso: sem consumo, não há vendas; sem vendas, não há impostos; sem impostos, não há investimento público.

Além disso, a dependência quase total do Polo Industrial de Manaus e a ausência de diversificação produtiva tornam o Estado vulnerável a oscilações externas e à redução de incentivos federais.

Indicadores preocupantes

A Pesquisa Mensal do Comércio também mostra um cenário de volatilidade, com quedas acentuadas em março (-5,6%) e agosto (-0,3%) de 2025, e crescimento médio no acumulado do ano de apenas 1,6%. O indicador interanual confirma a desaceleração, sugerindo retração no volume de vendas em comparação a 2024.

O que esperar para o fim de 2025

O quarto trimestre tende a trazer algum alívio para o comércio, impulsionado pelas vendas de fim de ano, mas especialistas alertam que isso não resolverá os problemas estruturais do Estado. Sem diversificação produtiva e políticas fiscais estratégicas, o Amazonas continuará vulnerável às oscilações do mercado.

“O desafio é estrutural. Crescer nominalmente não significa crescimento real. O Amazonas precisa diversificar setores, investir em inovação e reduzir a dependência do Polo Industrial de Manaus”, conclui o superintendente do IBGE-AM, Francisco Braz da Silva Portela.

Fontes consultadas: SEFAZ-AM, IBGE, Fecomércio-AM



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