Produção industrial tomba 11,4% em março frente a igual mês de 2015
RIO – A produção industrial brasileira tombou 11,4% em março na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. Foi a 25ª queda seguida na comparação anual. Frente a fevereiro, houve expansão de 1,4%.
No acumulado dos últimos 12 meses a queda foi de 9,7%, perda mais intensa nessa comparação desde outubro de 2009, quando recuou 10,3%. No acumulado do ano, a queda está em 11,7%. Este é o pior primeiro trimestre da série histórica iniciada em 2002, desde 2009, quando caiu em 14,2%.
Na passagem de mês, a alta na produção industrial foi observado em todas as quatro grandes categorias econômicas e em 12 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, a principal influência positiva foi registrada por produtos alimentícios, que avançou 4,6%, eliminando o recuo de 2,1% acumulado entre janeiro e fevereiro de 2016. Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram de máquinas e equipamentos (8,5%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,3%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,6%) e de produtos de madeira (4,2%).
Por outro lado, entre os onze ramos que reduziram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que recuou 6,5%, interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas e que acumularam expansão de 8,1%. Outros impactos negativos importantes foram observados nos setores de celulose, papel e produtos de papel (-3,1%), de indústrias extrativas (-0,9%), de metalurgia (-2,1%), de produtos de borracha e de material plástico (-2,9%) e de móveis (-4,6%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao avançar 2,2%, mostrou a expansão mais acentuada em março de 2016 e a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando nesse período ganho de 3,1%. Vale destacar que esses resultados interromperam três meses de queda na produção e acumularam redução de 11,2%. Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (0,9%), de bens de consumo duráveis (0,3%) e de bens intermediários (0,1%) também ampliaram a produção nesse mês, mas com intensidade menor do que a média nacional (1,4%). Com os resultados desse mês, o primeiro eliminou a queda de 0,6% observada em fevereiro último quando interrompeu três meses de crescimento na produção, com ganho acumulado de 0,8% nesse período; o segundo volta a crescer após registrar perda de 8,5% nos dois primeiros meses do ano; e o último mostra ligeiro acréscimo, após recuar 1,9% no mês anterior.
Em fevereiro, a produção industrial tombou 9,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a 24ª taxa negativa consecutiva nessa comparação. E o setor caminha para acumular três anos seguidos de retração, quando consideradas as previsões para 2016. Pelo último relatório Focus do Banco Central, que reúne as principais estimativas do mercado financeiro, a indústria deve cair 5,83% este ano e registrar leve alta de 0,5% em 2017.
No ano passado, a indústria brasileira registrou queda recorde de 8,3% na produção — a maior em 13 anos.