Missão da Suframa em Xangai abre portas para investimentos chineses na Zona Franca de Manaus
Mundo – A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) deu início a uma ambiciosa missão internacional em Xangai, na China, com o objetivo de atrair novos investimentos industriais e logísticos para a Amazônia. A comitiva, liderada pelo administrador da Suframa, Adamilton Mourão, e composta por representantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Sedecti) e do Banco da Amazônia (Basa), encerrou a primeira etapa de sua agenda na última segunda-feira (28), com resultados promissores. Até o dia 3 de agosto, o grupo seguirá cumprindo compromissos na China e no Japão, apresentando as oportunidades oferecidas pelo modelo da Zona Franca de Manaus (ZFM) a grandes empresas asiáticas.
Visita estratégica a polos industriais
A missão teve início em Jiaxing, na província de Zhejiang, com uma visita técnica à Zhejiang YAT Electrical Appliance Co., Ltd., uma das dez maiores indústrias chinesas nos setores agrícola, eletrônico e de ferramentaria. Durante o recorrido pelo complexo fabril da YAT, a comitiva brasileira conheceu de perto os campos de testes dos produtos da empresa, que incluem máquinas agrícolas de alta tecnologia fornecidas a grandes players globais. A eficiência e a inovação dos equipamentos, como colheitadeiras de algodão e máquinas para extração de látex, impressionaram os representantes da Suframa.
O ponto alto da visita foi a reunião com o CEO e Chairman da YAT e da Boshiran, Simon Chen, que demonstrou grande interesse nas oportunidades apresentadas pela autarquia. Chen sinalizou a intenção de instalar um cluster industrial integrado na região amazônica, com foco na produção de equipamentos agrícolas e na criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D). A proposta, que pode gerar cerca de 4 mil empregos diretos, é vista como um marco para o fortalecimento da economia da Amazônia e para a diversificação da matriz produtiva da ZFM.
Novas parcerias em vista
Outro destaque da agenda em Xangai foi a apresentação da ECO Mirai Technology, empresa que manifestou interesse em estabelecer operações no Brasil, com possibilidade de instalação na Zona Franca de Manaus. Embora detalhes sobre o projeto ainda estejam em fase inicial, a iniciativa reforça o potencial da ZFM como polo atrativo para empresas de tecnologia e inovação.
A comitiva também se reuniu com a diretoria da China Rai Way In Iling Engineering Group Co., Ltd., a 39ª maior empresa global no setor de infraestrutura urbana. Após uma apresentação detalhada da Suframa sobre o sistema logístico da Amazônia e as necessidades de infraestrutura na região, a empresa expressou interesse em projetos voltados à construção de portos e sistemas viários
multimodais, que podem otimizar a conectividade e o escoamento de produtos na região Norte do Brasil.
Convite para fortalecer laços
Como parte das tratativas, a Suframa convidou o CEO da YAT, Simon Chen, e a diretoria da Rai Way para uma visita oficial à Zona Franca de Manaus nos próximos meses. O encontro, que será crucial para dar início às negociações formais, pode consolidar parcerias estratégicas que alavanquem o desenvolvimento sustentável da Amazônia. “Nosso objetivo é mostrar que a Zona Franca de Manaus é um ambiente seguro e vantajoso para investimentos, com incentivos fiscais e um mercado em expansão”, destacou Adamilton Mourão durante a missão.
Impacto esperado para a Amazônia
A missão internacional da Suframa reforça o papel da ZFM como um vetor de desenvolvimento econômico e sustentável para a região amazônica. A possível chegada de empresas como a YAT e a Rai Way pode não apenas gerar milhares de empregos, mas também impulsionar a inovação tecnológica e a modernização da infraestrutura local. Além disso, a instalação de um centro de P&D na região, como proposto pela YAT, representa uma oportunidade para fortalecer a pesquisa científica e a formação de mão de obra qualificada no Amazonas.
A agenda da comitiva segue até o dia 3 de agosto, com compromissos no Japão e outras cidades chinesas, onde novas reuniões com investidores estão previstas. A expectativa é que os resultados dessas tratativas consolidem a ZFM como um hub global de negócios, atraindo investimentos que combinem crescimento econômico com a preservação ambiental, um dos pilares do modelo da Zona Franca.