Injeção de R$ 81,7 bilhões: novo salário mínimo de R$ 1.621 impulsionará a economia em 2026, diz Dieese
Brasil – A partir de 1º de janeiro de 2026, a economia brasileira receberá um reforço massivo. O novo salário mínimo, fixado em R$ 1.621, será o motor de uma injeção de R$ 81,7 bilhões no mercado interno ao longo do ano, segundo projeções do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O reajuste representa um aumento nominal de 6,79% (R$ 103 a mais que o piso atual de R$ 1.518). Mais do que uma simples correção, o valor reflete a política de ganho real acima da inflação, focada em aumentar o poder de compra de cerca de 61,9 milhões de brasileiros.
Quem ganha com o novo piso?
O impacto do aumento é abrangente e atinge diretamente a base da pirâmide produtiva e social do país:
Previdência: 29,3 milhões de aposentados e pensionistas do INSS terão seus benefícios reajustados.
Mercado de Trabalho: 17,7 milhões de empregados formais e 3,9 milhões de domésticos terão aumento na renda.
Autônomos: 10,7 milhões de trabalhadores por conta própria serão impactados pela nova referência de valor.
O “Dilema” do Arcabouço Fiscal
Embora o impacto econômico seja positivo para o consumo, o valor poderia ter sido ainda maior. O cálculo seguiu a regra de valorização que soma o INPC (4,18%) ao crescimento do PIB. Entretanto, o teto do novo arcabouço fiscal limitou o repasse do PIB a 2,5%, embora o crescimento real de 2024 tenha sido superior (3,4%).
Sem essa trava fiscal, o mínimo chegaria a R$ 1.636, injetando R$ 12 bilhões adicionais além dos R$ 81,7 bilhões previstos.
Impacto nas Contas Públicas
O desafio do governo será gerenciar o aumento das despesas obrigatórias. Como a maior parte dos benefícios previdenciários está atrelada ao piso, o Dieese estima um acréscimo de R$ 39,1 bilhões nos gastos da Previdência Social em 2026.
Destaque: Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera um custo extra de R$ 380,5 milhões aos cofres públicos.
Realidade vs. Necessidade
Apesar do avanço, o Dieese ressalta que o valor ainda é insuficiente perante os preceitos constitucionais. Para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas (alimentação, moradia e saúde), o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 7.067 — valor 4,3 vezes maior que o novo piso.
Os novos valores serão refletidos nos pagamentos feitos a partir de fevereiro de 2026, trazendo um alívio financeiro aguardado para milhões de famílias e um fôlego extra para o comércio varejista nacional.


