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Governo capta US$ 1,5 bilhão no mercado externo com maior taxa desde 2009

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BRASÍLIA – Depois de um ano e meio fora do mercado internacional, o Tesouro Nacional decidiu testar o apetite dos investidores e realizou, nesta quinta-feira, uma emissão de títulos no valor de US$ 1,5 bilhão. A operação foi a primeira depois de o Brasil perder o selo de bom pagador junto às três principais agências de classificação de risco: Standard & Poor´s, Moody´s e Fitch. O governo lançou um novo título denominado em dólares com prazo de 10 anos, o Global 2026, com vencimento em 07 de abril de 2026.

Para comprar esses bônus, os investidores exigiram uma taxa de retorno de 6,125% ao ano. Ela é a maior desde 2009, quando o governo emitiu um título semelhante, com prazo de 10 anos, a uma taxa de 6,13% ao ano. A última emissão externa do governo havia ocorrido em setembro de 2014, quando houve uma captação de US$ 1,05 bilhão com o Global 2025 a uma taxa de 3,888% ao ano.

O título de hoje foi emitido com um spread de 419,60 pontos-base acima do título do Tesouro americano (Treasury). Isso significa que o governo pagou um prêmio aos investidores, tornando o papel mais atraente do que um título americano com prazo semelhante. O Global 2025 tem um cupom de juros de 6% ao ano e foi negociado por 99,066% de seu valor de face.

Mesmo assim, para integrantes do governo, a captação teve sucesso porque a demanda dos investidores foi bem maior que a oferta e chegou a atingir R$ 6 bilhões. Segundo os técnicos, o governo decidiu retomar as operações no mercado internacional porque houve uma melhora das condições para as economias emergentes em geral:

_ Já faz alguns dias que o risco caiu porque houve, por exemplo, uma recuperação dos preços de commodities _ disse um técnico.

A estratégia também foi uma forma de testar o mercado em relação ao Brasil, admitiu outro interlocutor da área econômica:

_ Não deixa de ser uma forma de mostrar que ainda há confiança no país.

A equipe econômica já havia apontado no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2016 que haveria um aumento na taxa de retorno paga nas emissões externas em função da perda do grau de investimento e da perspectiva de aumento dos juros no mercado americano. No entanto, o documento ressaltava que essas operações ajudariam a melhorar o perfil da curva de juros da dívida pública, reduzindo os custos de captação no futuro. Além disso, segundo o PAF, as emissões poderiam ajudar empresas brasileiras a captarem recursos no mercado externo, que tem muita liquidez.

A captação de recursos no mercado global é feita principalmente para que o Tesouro tenha caixa para pagar a dívida externa. No entanto, esse não é caso. O governo já tem em mãos o suficiente para honrar os compromissos deste ano. Segundo o PAF, os vencimentos da dívida externa em 2016 são de R$ 16,1 bilhões, sendo R$ 11,7 bilhões em dívida mobiliária (em títulos) e R$ 4,5 bilhões em dívida contratual.

O motivo da captação de agora, além de testar o mercado e ver o apetite diante do momento de turbulência política, é ajudar o setor privado. A taxa de juros paga pelo Tesouro serve como referência para as captações feitas por empresas no mercado internacional.


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