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Fim da taxa de 40% nos EUA fortalece exportações de carne e café do Brasil

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Fim da taxa de 40% nos EUA fortalece exportações de carne e café do Brasil

Brasil – A decisão do governo dos Estados Unidos de suspender as tarifas de importação sobre a carne bovina e o café do Brasil deve impulsionar as exportações e fortalecer a balança comercial brasileira, mas não deve provocar impacto imediato nos preços pagos pelo consumidor no mercado interno.

Segundo analistas, durante o período em que as taxas estiveram em vigor, os exportadores brasileiros já haviam redirecionado suas vendas para outros mercados, como China, México e Chile, o que impediu uma queda significativa nos preços no Brasil. Com isso, a tendência é de estabilidade no curto prazo.

A possibilidade de alta nos valores da carne e do café existe, mas é projetada apenas para médio prazo, podendo ocorrer a partir de meados de 2026, caso as exportações para os Estados Unidos voltem a crescer de forma mais intensa. Mesmo assim, economistas mantêm as projeções do IPCA inalteradas, avaliando que eventuais reajustes não serão suficientes para alterar o cenário inflacionário do país.

Reação do mercado mostra caminhos distintos

No mercado futuro, os efeitos começaram a aparecer de forma desigual. A arroba do boi gordo registrou alta na B3 após o anúncio do fim do tarifaço. O contrato para novembro, que era negociado a R$ 316, passou a abrir em R$ 320 no dia 21 e chegou a ultrapassar R$ 321 ao longo do pregão.

De acordo com o pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho, o mercado recebeu a notícia como um estímulo. “O mercado deu uma oxigenada”, avaliou. Já o economista Fabio Romão, da 4intelligence, projeta pressão contínua sobre o preço da carne devido à restrição de oferta, consequência do abate de matrizes em anos anteriores. Para ele, a expectativa agora é de valores ainda mais elevados até meados de 2026.

Um dos fatores que pode conter repasses mais bruscos ao consumidor é o alto nível de endividamento das famílias brasileiras, o que limita o poder de compra e reduz a margem para aumentos expressivos.

No caso do café, a reação foi oposta. A cotação do grão no mercado futuro de Nova York recuou após o anúncio, saindo de 376,75 para 362,45 centavos de dólar por libra-peso, sinalizando um momento de acomodação no mercado internacional.

Benefício direto para a economia brasileira

O principal ganho para o Brasil é o fortalecimento da balança comercial. Com o aumento das exportações de carne e café, mais dólares entram na economia, o que pode contribuir para a valorização do real e ajudar a conter o preço do dólar, beneficiando setores importadores e colaborando para maior estabilidade econômica.

Representantes do setor produtivo comemoraram a decisão. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) destacou que a manutenção das tarifas poderia gerar prejuízo de até US$ 3 bilhões por ano. Já a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) avaliou a medida como resultado de negociações técnicas bem-sucedidas.

Café solúvel segue taxado

Apesar do avanço, nem todos os produtos foram contemplados. O café solúvel permanece fora da lista de isenção e continua sendo taxado. O Cecafé informou que negociações seguem em andamento para incluir o produto, argumentando que ele gera mais empregos e maior valor agregado à cadeia produtiva nacional.



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