Dia dos Pais vai movimentar a economia Brasileira em 2025
Brasil – O Dia dos Pais, celebrado no segundo domingo de agosto, é uma das datas mais relevantes para o comércio brasileiro, movimentando setores como varejo, gastronomia e serviços. Em 2025, a data, que cai no dia 10 de agosto, promete aquecer a economia, mas também reflete os desafios do cenário econômico atual, com inflação persistente, aumento do endividamento familiar e mudanças nos hábitos de consumo.
Segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Dia dos Pais deve gerar um faturamento de aproximadamente R$ 8,5 bilhões no varejo brasileiro em 2025, um aumento nominal de 4,5% em relação ao ano anterior. Ajustada pela inflação, porém, a alta real deve ser mais modesta, na casa de 1,5%. Os setores mais beneficiados incluem:
– Vestuário e acessórios: Roupas masculinas, calçados e artigos de couro, como carteiras e cintos, lideram as intenções de compra, representando cerca de 35% do volume de vendas.
– Eletrônicos: Smartphones, smartwatches e fones de ouvido sem fio continuam em alta, impulsionados por promoções e financiamentos.
– Gastronomia e experiências: Restaurantes e pacotes de viagens curtas ou experiências, como ingressos para eventos esportivos e culturais, ganham espaço, refletindo a preferência por momentos em família.
Pesquisas realizadas por entidades como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que 68% dos brasileiros pretendem presentear no Dia dos Pais, mas com cautela. O tíquete médio esperado é de R$ 180, valor semelhante ao de 2024, quando a inflação acumulada já pressionava o orçamento familiar. A busca por promoções e a preferência por compras online, que oferecem maior comodidade e possibilidade de comparação de preços, devem crescer. Plataformas de e-commerce, como Mercado Livre e Amazon, relatam aumento de 20% nas buscas por produtos relacionados à data nas semanas que a precedem.
A classe C, que representa a maior fatia dos consumidores, enfrenta desafios adicionais. Com o endividamento das famílias brasileiras atingindo 78% em julho de 2025, segundo a CNC, muitos consumidores optam por presentes mais baratos ou parcelamentos longos, o que eleva o risco de inadimplência. “O consumidor está mais seletivo, priorizando custo-benefício e evitando comprometer o orçamento”, explica Ana Ribeiro, economista da CNC.
O impacto do Dia dos Pais varia entre as regiões do Brasil. Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte concentram o maior volume de vendas, impulsionadas por shoppings e grandes redes varejistas. Já em cidades menores, o comércio local, como lojas de bairro e feiras, ganha destaque. O setor de alimentação, especialmente bares e restaurantes, espera um aumento de 10% no faturamento, com famílias optando por almoços e jantares fora de casa.
Por outro lado, pequenos lojistas enfrentam concorrência acirrada das grandes plataformas online. “O desafio para o comércio local é oferecer diferenciais, como atendimento personalizado e promoções exclusivas”, destaca João Silva, presidente da Associação Comercial de São Paulo.
Apesar do otimismo, o cenário macroeconômico impõe cautela. A inflação acumulada em 12 meses até julho de 2025, projetada em 4,2% pelo Boletim Focus do Banco Central, reduz o poder de compra, especialmente para bens não essenciais. Além disso, a taxa básica de juros (Selic), mantida em 10,5% ao ano, encarece o crédito, impactando as vendas a prazo. O desemprego, embora em queda (6,8% no segundo trimestre de 2025, segundo o IBGE), ainda limita a confiança do consumidor.
Uma tendência observada é o crescimento da busca por presentes sustentáveis, como produtos artesanais, itens de marcas locais e opções ecológicas, como roupas feitas de materiais reciclados. Além disso, a personalização ganha força: itens gravados com nomes ou mensagens e experiências personalizadas, como workshops ou passeios, estão em alta.
O Dia dos Pais de 2025 reforça a importância das datas comemorativas para o aquecimento da economia brasileira, mas também expõe os desafios de um consumidor mais cauteloso e um cenário econômico instável. Para o comércio, a data é uma oportunidade de fidelizar clientes e impulsionar as vendas, desde que acompanhada de estratégias que combinem preços competitivos, inovação e proximidade com o consumidor. Para as famílias, é um momento de celebrar, mas com planejamento financeiro para evitar impactos no orçamento.