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Dólar sobe 2,09%, a R$ 3,565, com temor de juro mais alto nos EUA

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SÃO PAULO – O temor de uma alta de juros nos Estados Unidos no curto prazo, principalmente, e uma nova atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio fizeram o dólar fechar com alta expressiva. A moeda americana fechou cotada a R$ 3,563 para compra e a R$ 3,565 para venda, uma alta de 2,09% ante o real – na máxima já atingiu R$ 3,568. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,55%, aos 50.561 pontos.

Pesou para esse mau humor o aumento da percepção de que o Federal Reserve (Fed, o bc americano) voltará a elevar a taxa de juros americanas. A divulgação da ata da última reunião do Fed, às 15h30 (horário de Brasília), reforçou essa expectativa. Depois de um longo período de taxa zero, o Fed fez uma elevação em dezembro, deixando o juro entre 0,25% e 0,50%. O documento publicado há pouco pela autoridade monetária deixou em aberto a possibilidade para uma alta já em junho.

— O dólar comercial encerrou a sessão em alta refletindo basicamente o teor da ata do Fed, que contemplou a possibilidade de elevação das taxas de juros já na reunião de junho — explicou Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.

Integrantes do Fed já vinham sinalizando a possibilidade de uma alta no curto prazo. Além disso, na quarta-feira foi divulgado que a inflação em abril nos Estados Unidos ficou em 0,4%, ante 0,1% no mês anterior e o maior nível em três anos e dois meses.

— Isso foi um alívio para uma das dificultadoras do aumento de juros. Esses dois fatores (as declarações e a inflação) fortalecem a leitura de que estamos caminhando para dois aumentos de juros ainda neste ano — explicou Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor, que espera que um aconteça entre junho e julho e o outro mais para o final do ano.

Essa expectativa de alta de juros faz com que os investidores globais busquem dólar e vendam outros ativos de risco, como moedas e ações.

O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, tinha alta de 0,69% próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil.

Internamente, o BC fez um leilão de 20 mil contratos de swap cambial reverso, que equivalem a uma compra de moeda no mercado futuro. A autoridade monetária conseguir colocar a oferta integralmente, em um total de US$ 1 bilhão, o que também ajuda na valorização do dólar. Na terça-feira, a divisa chegou à máxima de R$ 3,529, mas perdeu força e fechou em queda de 0,34% ante o real, a R$ 3,492. A autoridade monetária tem feito intervenções toda vez que a moeda fica abaixo de R$ 3,50.

BOLSA VOLTA A CAIR

O Ibovespa perdeu força após a publicação da ata do Fed, seguindo as bolsas americanas. A queda só não foi maior devido ao desempenho dos papéis do setor bancário, que possuem o maior peso na composição do Ibovespa e conseguiram se manter no azul. As ações preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco subiram, respectivamente, 1,55% e 0,43%. O BB teve leve variação positiva de 0,11%.

Já as ações ligadas à commodities sentiram mais. Os papéis preferenciais (PNs) da Petrobras recuaram 1,89%, cotados a R$ 9,32, e os ordinários (ONs) registraram desvalorização de 3,14%, a R$ 12,01, acompanhamento o mercado internacional do petróleo – o barril do tipo Brent recuava 1,52%, a US$ 48,53. Também registrou queda significativa a Vale. A PN recuou 3,46% e a ON teve desvalorização de 2,77%.

Além do cenário externo, internamente a Bolsa também não encontra forças para subir. O mercado espera novas medidas econômicas por parte do governo do presidente interino, Michel Temer, mas a expectativa é que nenhuma tenha efeito no curto prazo. Patricia Krause, economista da seguradora de crédito Coface para a América Latina. lembra que nenhuma recuperação econômica deve ocorrer antes de 2017.

— Não há uma maneira fácil de sair da crise e a população está cansada de corrupção, o que faz uma recuperação da confiança no curto prazo improvável — disse

Na Europa, os principais indicadores do mercado acionário fecharam em alta, que ocorreu antes da divulgação da ata do Fed. O DAX, de Frankfurt, subiu 0,54%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve alta de 0,51%. Já o FTSE 100, de Londres, fechou praticamente estável, com leve variação negativa de 0,03%. Nos Estados Unidos, as Bolsas chegaram a registrar perdas com a publicação do documento, mas fecharam estáveis. O Dow JOnes teve leve variação negativa de 0,02% e o S&P 500 registrou leve alta de 0,02%.


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