Dólar fecha em R$ 3,50 com alta das commodities e sem atuação do BC
RIO – O dólar comercial fechou em queda de 0,56% nesta segunda-feira, cotado a R$ 3,502 para compra e a R$ 3,504 para venda. O câmbio local acompanhou a tendência de desvalorização do dólar em escala global hoje, sobretudo contra moedas emergentes, com o movimento de alta das commodities. Ajudou o fortalecimento do real o fato de o Banco Central (BC) não ter feito nenhuma intervenção para segurar a queda do dólar hoje. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passou grande parte do dia no terreno positivo mas encerrou com variação nula, estacionada nos 51.802 pontos e sinalizando o compasso de espera dos investidores com a ausência de novidades sobre a política econômica do governo Michel Temer.
O barril de petróleo do tipo Brent sobe 3,18%, a US$ 49,36, maior valor em seis meses, após relatório do Goldman Sachs afirmar que a oferta do produto está abaixo da demanda global com a produção nigeriana afetada por conflitos no país.
No cenário doméstico, um dos anúncios mais aguardado pelos investidores foi transferido para terça-feira, que é a nomeação do novo presidente do BC.
— O mercado aguarda agora novidades, que é o que alimenta a Bolsa. Por um lado, estão surgindo alguns ruídos sobre a reforma da Previdência aventada pelo governo, com o Paulinho da Força criticando a proposta e a CUT não participando da reunião com o governo, o que é compreensível — disse Paulo Gomes, economista-chefe da Azimut.
Na Bolsa, as ações da petrolífera Petrobras subiram 3,47% (R$ 12,54, ON) e 3,07% (R$ 9,75, PN), enquanto a Vale avançou 1,70% na ON (R$ 14,93) mas caiu 0,17% na PNA (R$ 12,05).
Entre os bancos, porém, os papéis caíram. O Banco do Brasil ON teve baixa de 1,55% (R$ 19,06), enquanto o Bradesco PN recuou 1,75% (R$ 25,90). O Itaú Unibanco PN caiu 1,53% (R$ 30,92).
— O destaque de hoje acabou sendo as empresas de commodities, com Petrobras e Vale. Sem elas, a Bolsa estaria no negativo. Na política, as medidas econômicas estão praticamente dadas e o que temos visto de declarações da equipe econômica têm sido bastante sóbrias. O que o mercado vai olhar mesmo é quando essas medidas forem para o Congresso. Por enquanto, tem um prazo mínimo que todos entendem até que elas sejam implementadas. Só não pode demorar… — disse Hersz Ferman, analista da Elite Corretora.
Na última sexta-feira, os mercados financeiros no Brasil tiveram um pregão de correção, com o dólar comercial acompanhando o mercado internacional e operando em alta e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em forte queda. A moeda americana fechou cotada a R$ 3,522 na compra e a R$ 3,524 na venda, uma valorização de 1,46% ante o real.