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Consumidor busca presentes mais em conta para o Dia das Mães

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RIO – Diante de um cenário de crise, o consumidor recorreu a lembrancinhas para não deixar o Dia das Mães passar em branco. A expectativa do comércio do Rio é de alta nas vendas de 2%, a segunda mais importante no calendário do setor, atrás apenas do Natal. Apesar da crise e da inflação ainda alta, que corrói a renda e reduz o poder de compra, os comerciantes contam com o fator emocional para impulsionar as vendas. Além disso, citam também a expectativa de uma solução para a crise política como fator que poderia ajudar a salvar a data.

— Nossa expectativa é de um otimismo moderado, com crescimento de até 2%, principalmente pela venda de artigos mais em conta, como calçados e bijuterias. Muito da origem dessa crise é política. E o consumidor já está assumindo outra postura, mais otimista — avalia Aldo Gonçalves, presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio).

Ontem, lojas de perfumes e calçados tinham um bom fluxo de clientes no comércio de rua e em shoppings da cidade. Mas alguns segmentos tradicionais, como os de vestuário, reclamavam das vendas em baixa. Em lojas de celulares e de eletroeletrônicos, produtos que costumavam ter boa saída nesta data, os corredores estavam vazios.

TELEFONEMAS EM SÉRIE

Gerente de uma loja de celulares de um shopping na Zona Sul do Rio, Thiago Lima e Silva contou que ainda não havia vendido nenhum aparelho como presente para a data, ao contrário de outros anos. Antes da loja abrir, reuniu os funcionários por duas horas ontem para traçar estratégias na tentativa de atrair compradores neste fim de semana. Todos foram orientados a ligar para clientes e divulgar as promoções em suas páginas pessoais em redes sociais.

Quem está vendendo mais recorre a descontos e promoções para atrair os clientes.

— Recebemos calçados especiais para a data com preço de R$ 39,90. Mas a cliente vem à loja, e acaba também levando outros produtos de preços superiores — conta Danielle Souza, gerente de uma loja de calçados em Copacabana.

Uma rede de perfumaria, que até a crise chegar não era adepta à concessão de descontos, também adotou a estratégia este ano, conta a gerente de uma das lojas, Andréa Soares:

— Estamos dando descontos de 20% em alguns produtos. Os clientes estão comprando o que cabe no bolso. Mas muitos maridos vêm à loja comprar o presente e acabam levando produtos para eles também.

Segundo os lojistas, apesar de todo o aperto no orçamento, pesa a favor do comércio o fator emocional:

— No Natal, você corta algumas lembrancinhas, na Páscoa, compra menos chocolate. Mas, no Dia das Mães, a pessoa até faz um sacrifício maior para garantir um presente — diz Gonçalves.

‘NADA DE TELEVISOR OU CELULAR’

É o caso da engenheira Fernanda Trotta, de 42 anos. Apesar de ter cortado muitos gastos da sua antiga rotina, não abriu mão de ir à loja preferida da mãe comprar uma blusa para presenteá-la.

E quem tem mais necessidade de economizar, como a auxiliar administrativa Deborah Massaroni Silva, de 31 anos, reduz a compra sem penalizar a satisfação da mãe. Ontem, saíram juntas para escolher o presente, o que já se tornou um ritual repetido todos os anos. Desta vez, a mãe elegeu uma bolsa de couro preta.

— Não fosse a crise, compraria duas, ou uma bolsa e um sapato. Mas, diante da dureza atual vamos ficar só com uma bolsa mesmo — diz Deborah.

Para todo o Brasil, as perspectivas da Confederação Nacional do Comércio (CNC) são de queda de 4,5% das vendas:

— É uma projeção razoável para o atual cenário, mas sempre tem as compras de última hora, que podem surpreender. Mas são compras de cosméticos, roupas. Nada de televisor ou celular, como em anos anteriores, pois não há crédito e renda para isso. O Rio é um ponto fora da curva porque as obras para os Jogos Olímpicos ainda estão movimentando recursos — comenta Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC.

No início deste mês, o Boa Vista SCPC divulgou uma pesquisa que mostrou que a intenção de compra de presentes para a data caiu de 75% dos entrevistados em 2015 para 61% este ano.


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