Aumento de tarifas dos EUA pode causar prejuízo bilionário ao Amazonas
Amazonas – O Amazonas pode perder até R$ 1,1 bilhão com o aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos, que entra em vigor nesta sexta-feira (1º). O valor representa 0,67% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e coloca o estado como o sexto mais afetado do país, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O prejuízo está diretamente relacionado à exportação de produtos do Polo Industrial de Manaus para o mercado norte-americano. No ano passado, a indústria amazonense foi responsável por 96,1% das vendas feitas aos EUA, com destaque para os setores de equipamentos de transporte (US$ 28 milhões, 28%), coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (US$ 25 milhões, 25,1%) e máquinas e equipamentos (US$ 24,4 milhões, 24,4%).
A nova política tarifária americana impacta principalmente a exportação de bens industriais, o que afeta em cheio a Zona Franca de Manaus, que depende fortemente do comércio com o exterior para manter sua competitividade e geração de empregos.
Impactos regionais
Além do Amazonas, o Pará também deve sofrer impactos expressivos, com perdas estimadas em R$ 973 milhões, o equivalente a 0,28% do PIB estadual. O estado exportou US$ 835,4 milhões para os EUA em 2024, sendo 95,2% dessas exportações provenientes da indústria — especialmente dos setores de metalurgia (US$ 420 milhões, 50,3%), químicos (US$ 156 milhões, 18,8%) e alimentos (US$ 118 milhões, 14,2%).
No Centro-Oeste, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul devem acumular juntos um prejuízo superior a R$ 1,9 bilhão. Já no Nordeste, os maiores impactos são esperados na Bahia (R$ 404 milhões), Pernambuco (R$ 377 milhões) e Ceará (R$ 190 milhões).
Estados menos afetados
Por outro lado, Roraima (R$ 13 milhões), Sergipe (R$ 30 milhões), Acre (R$ 31 milhões), Piauí (R$ 32 milhões) e Amapá (R$ 36 milhões) aparecem entre os estados com menor impacto financeiro.
Mesmo entre os menos dependentes das exportações americanas, como Roraima (0,3%), Mato Grosso (1,5%) e Distrito Federal (2,6%), o efeito agregado chega a R$ 1,87 bilhão de perdas em todo o Brasil.
A CNI alerta que os efeitos das tarifas devem ser acompanhados de perto e reforça a importância de políticas industriais e comerciais que mitiguem os impactos da nova medida sobre a economia dos estados exportadores.