Argentina desembolsa US$ 9,3 bilhões para pagar dívida com ‘holdouts’
BUENOS AIRES — O governo do presidente argentino, Mauricio Macri, desembolsou, nesta sexta-feira, US$ 9,3 bilhões para pagar sua dívida com os chamados holdouts, os credores que não participaram das operações de reestruturação da dívida argentina realizadas em 2005 e 2010. Após o pagamento, o juiz de Nova York, Thomas Griesa, encarregado do caso dos holdouts que litigaram contra a Casa Rosada em tribunais americanos, suspendeu uma liminar que impedia ao país saldar dívidas com seus credores. A liminar fora aprovada por Griesa em meados do ano passado e colocara a Argentina em situação de calote técnico.
“A Argentina, cumprindo suas promessas, pagou hoje aos holdouts que tinham alcançado um acordo com o país em 29 de fevereiro passado”, informou o mediador americano Daniel Pollack.
O governo Macri ofereceu aos holdouts uma redução, em média, de 25% do valor das sentenças de Griesa. Mais de 90% dos beneficiados pelo juiz de Nova York aceitaram a proposta, incluídos os denominados fundos abutres, os holdouts mais agressivos na disputa judicial com a Argentina. Um dos abutres é o fundo de investimentos NML, do milionário Paul Singer.
O governo Macri conseguiu pagar sua dívida graças à emissão de quatro novos bônus argentinos, por um total de US$ 16,5 bilhões, realizada segunda-feira passada. Foi a maior operação já realizada pela Argentina e nela o país conseguiu pagar juros, em média, de 7,2%, bem abaixo dos 9,5% que pagara a província de Buenos Aires em março passado.