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Após decisão do Fed, dólar passa a cair 0,18%, R$ 3,757

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SÃO PAULO – A ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil do governo Dilma Rousseff colocou os mercados financeiros em compasso de espera nesta quarta-feira. Após forte pressão no período da manhã, o dólar comercial encontrou espaço para cair após a manutenção o anúncio da decisão dos juros nos Estados Unidos. Já a Bolsa de Valores de São Paul opera com ganhos. Às 15h56, a moeda americana era negociada a R$ 3,755 na compra e a R$ 3,757 na venda, leve recuo de 0,18%% ante o real – na máxima chegou a R$ 3,854, Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sobe 0,86%, aos 47.534 pontos.

O dólar atingiu a sua máxima pela manhã, ainda antes da confirmação de Lula como ministro, que ocorreu por volta das 11h40. A partir de então, a divisa passou a perder força e agora opera em leve queda, refletindo a manutenção dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o bc americano), e também a expectativa de fluxo de recursos positivos para o país no curtíssimo prazo. No entanto, Hideaki Iha, operador da Fair Corretora, lembra que a perspectiva para a moeda é de alta, principalmente devido a avaliação de que a política econômica irá deixar de priorizar a austeridade fiscal.

Os rumores de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, poderia deixar o cargo e ser substituído por Henrique Meirelles também foram minimizados.

— Não acredito que um nome como o de Henrique Meirelles aceite a voltar para o governo. Esse governo vai adotar medidas imediatas e populistas. Acho que esse alívio no dólar é mais uma questão de fluxo e da melhor nos mercados externos. A partir de agora, a moeda deve evoluir de acordo com as notícias — disse,

Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, lembra que desde a terça-feira os agentes do mercado financeiro já tinham colocado no preço dos ativos brasileiros a alta possibilidade de Lula aceitar o convite de Dilma – no pregão anterior, o dólar subiu 3,07% e a Bolsa caiu 3,56%.

— O mercado respondeu mal a essa notícia, mas não renovou as mínimas. Desde ontem isso já era esperado. Agora, o mais importante é saber qual a política econômica que será adotada. , além de outros desdobramentos políticos, como o apoio ou não do PMDB e um processo de impeachment. Ainda há muita incerteza — disse.

Antes dessa confirmação, o dólar chegou a atingir a máxima de R$ 3,854, alta de 2,39%, e a mínima do Ibovespa foi uma queda de 1,29%.

Samar Maziad, vice-presidente e analista sênior da agência de classificação de risco Moody’s, afirma que a troca ministerial aponta para uma mudança nas prioridades do governo no sentido de conveniência política às custas da continuação da consolidação fiscal.

“O cenário da Moody’s já incorpora a possibilidade de que eventos políticos podem complicar a perspectiva de crédito do país em linha com a nossa decisão de rebaixar o rating do Brasil para Ba2 com perspectiva negativa”, afirmou Samar.

Em escala global, o dólar perdeu força após o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Fed anunciar a manutenção dos juros. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg, registra variação negativa de 0,64%. Anteriormente, operava em alta.

VOLATILIDADE NO MERCADO DE JUROS

A indefinição sobre a presença de Lula no governo Dilma fez também surgir o rumor de que Tombini poderia deixar o cargo, o que teve impacto no mercado de juros da BM&FBovespa. A maior pressão de alta ocorreu s obre os contratos mais longos, que subiram forte pela manhã, mas voltaram a ceder com a confirmação de Lula como ministro da Casa Civil. Os DIs com vencimento em janeiro de 2020, que fecharam ontem a 14,60%, chegaram a 14,93% e agora são negociados a 14,67%. Já os de janeiro do ano que vem, que fecharam a 13,885%, são agora negociados a 13,805%.

— Os juros estão operando em cima do cenário político. Não há influência dos indicadores econômicos. Há uma preocupação sobre a ida ou não de Lula para o governo Dilma e os rumores da saída de Tombini. O mercado nunca gostou do Tombini, mas ele sempre foi coerente em alguns pontos, como o não uso das reservas internacionais — disse Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos.

PETROBRAS PASSA A SUBIR

Na Bolsa, a queda do Ibovespa foi amenizada pelo desempenho das ações da Petrobras, que passaram a subir, acompanhando a melhora do preço do petróleo no mercado internacional. Segundo operadores, a compra de papéis da estatal está sendo liderada por corretoras que têm como principal foco os investidores estrangeiros.

Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal registram alta de 8,32%, cotados a R$ 7,16, e os ordinários (ONs, com direito a voto) avançam 8,08%, a R$ 9,63. Essa queda ocorre apesar da alta do petróleo no exterior – o barril do tipo Brent sobe 3,43%, a US$ 40,07 o barril.

No caso das ações preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco, os recuos são de, respectivamente, 3,77% e 3,17%. Os papéis do Banco do Brasil têm alta de 4,28%.

No exterior, os indicadores do mercado acionário americano passaram a operar em alta após a decisão do Fed. O Dow Jones sobe 0,62% e o S&P 500 tem variação positiva de 0,41%. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, fechou em alta de 0,50% e o FTSE 100, de Londres, registrou avanço de 0,58%. Já o CAC 40, da Bolsa de Paris, caiu 0,22%.



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