Wilson Lima entrega saúde do AM nas mãos de empresários e destina quase R$38 milhões para a AGIR
Amazonas – O Governo do Amazonas, sob comando de Wilson Lima (União Brasil), aprofundou a privatização da saúde pública ao oficializar o Terceiro Termo Aditivo ao Contrato de Gestão nº 002/2024, firmado entre a SES-AM e a Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (AGIR). Publicado no Diário Oficial, o aditivo elevou o valor global do contrato para R$ 37.655.155,71, consolidando a entrega do Complexo Hospitalar Zona Sul — que reúne o Hospital 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu — à gestão privada. Somente neste aditivo, o Estado já empenhou R$ 28 milhões, conforme notas oficiais de empenho, deixando saldo para execução posterior.
O governo tenta sustentar a medida com o discurso do chamado “novo modelo de gestão”, prometendo eficiência, modernização e ampliação do atendimento, incluindo a projeção de até 12 mil atendimentos mensais na urgência e emergência do Hospital 28 de Agosto. No entanto, o próprio documento oficial deixa claro que o contrato trata da transferência de recursos públicos para uma entidade privada, por meio de um modelo que se repete: contratos robustos, sucessivos termos aditivos e repasses milionários, sem qualquer demonstração pública, independente e transparente de que a terceirização resulta em melhor atendimento, menor custo ou maior resolutividade para a população.
Na prática, o aditivo não representa fortalecimento da rede pública, mas sim a institucionalização da privatização da gestão hospitalar, com o Estado se afastando do controle direto da política de saúde. Enquanto cifras milionárias são empenhadas em favor da AGIR, persistem denúncias de superlotação, filas, déficit de profissionais e precarização das condições de trabalho nas unidades. O modelo do Hospital Delphina Aziz, frequentemente usado como vitrine pela gestão Wilson Lima, nunca foi submetido a uma avaliação pública ampla que comprove seus supostos ganhos, mas segue sendo expandido como política oficial.
Embora os contratos sejam assinados pela SES-AM, a decisão é política e tem comando definido. Wilson Lima é o responsável direto pela adoção e ampliação desse modelo, que transforma a saúde pública do Amazonas em um sistema sustentado por contratos de gestão, termos aditivos e empenhos sucessivos, com baixa transparência sobre resultados concretos para os usuários do SUS. O Terceiro Termo Aditivo com a AGIR não é um caso isolado, mas parte de uma engrenagem que normaliza a privatização como regra, sem debate público, sem controle social efetivo e com custo crescente para os cofres públicos, enquanto a população segue enfrentando demora no atendimento e insegurança sobre o futuro da saúde pública no estado.
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