Usaid e TSE fizeram eventos em 2021 em parceria sobre eleições
Brasil – Em 2021, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil se envolveu em pelo menos dois eventos significativos em parceria com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), voltados para combater a desinformação e as ameaças digitais nas eleições. Este relacionamento tem sido alvo de críticas e análises, especialmente em um contexto onde a Usaid é vista por alguns como uma instituição que promove agendas progressistas ao redor do mundo.
O primeiro evento, realizado em abril, foi o lançamento do “Guia de Combate à Desinformação”. Este guia foi criado pelo Consórcio para Eleições e Fortalecimento do Processo Político (CEPPS), sob supervisão da Usaid. O TSE se posicionou como um exemplo de boas práticas a serem replicadas globalmente, conforme relatado em publicações no site do próprio Tribunal. A iniciativa foi descrita como uma resposta ao “desafio que a desinformação representa à democracia no mundo todo”, visando tornar as eleições mais legítimas, transparentes e seguras.
Já em dezembro do mesmo ano, um encontro virtual intitulado “Eleições e a transformação digital” reuniu o então presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, junto a representantes internacionais. O foco foi, novamente, discutir estratégias para lidar com ameaças digitais que poderiam comprometer a integridade dos processos eleitorais. Barroso fez um apelo para que as plataformas de redes sociais atuassem de forma mais ativa ao lado das autoridades eleitorais.
A parceria com a Usaid tem gerado controvérsia, especialmente após uma nota divulgada pela Casa Branca em fevereiro de 2025, que detalhou projetos financiados pela agência americana, incluindo alguns de caráter cultural e social polêmicos. A Usaid foi acusada de financiar, entre outros, projetos que promovem a diversidade e o ativismo LGBT em diversos países, o que levantou questionamentos sobre a influência externa na política e cultura de nações soberanas.
Além disso, Michael Benz, ex-chefe da divisão de informática do Departamento de Estado dos EUA, fez declarações alarmantes sobre a influência da Usaid nas eleições brasileiras, sugerindo que a agência teria desempenhado um papel crucial na saída do ex-presidente Jair Bolsonaro do poder, ao financiar campanhas contra a desinformação e apoiar juridicamente a repressão de conteúdos no Twitter.
Este cenário levou a pedidos de investigação por parte de parlamentares brasileiros, como o deputado Eduardo Bolsonaro, sobre a transparência e a soberania nacional frente a essas operações estrangeiras.
A situação se agravou com o anúncio de Donald Trump de colocar todos os funcionários da Usaid em licença administrativa, exceto aqueles em missões críticas, indicando uma possível revisão ou reformulação do papel da agência nos assuntos internacionais.