Urgente: Procuradoria Regional do AM recebe denúncia sobre interferência do grupo de Roberto Cidade nas eleições de Manaus
Amazonas – As eleições municipais de 2024 em Manaus estão em meio a uma tempestade de acusações, com o candidato Roberto Cidade no centro de um polêmico documento protocolado pela coligação “Ordem e Progresso”, formada pelos partidos PL e NOVO. O registro, enviado à Superintendência da Polícia Federal e à Procuradoria Regional Eleitoral, alega a existência de um esquema de manipulação eleitoral que poderia comprometer a lisura do pleito.
Datado em 4 de outubro de 2024, o documento afirma que secretários do governo do Estado se reuniram com altos oficiais da Polícia Militar para discutir a utilização da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (ROCAM) com o objetivo de interferir nas eleições em Manaus. De acordo com a coligação, essa estratégia visa garantir a vitória de Roberto Cidade, que concorre pelo partido União Brasil.
Confira trechos da solicitação:
Um vídeo, gravado em 2 de agosto de 2024, é mencionado como prova das discussões. Nele, os participantes falam sobre a necessidade de mobilizar a polícia para assegurar que a candidatura de Cidade se destaque, revelando um suposto plano para fraudar o processo eleitoral e prejudicar a liberdade de voto dos eleitores manauaras.
Os detalhes da reunião levantam graves suspeitas sobre o uso da máquina pública para favorecer um candidato na corrida eleitoral. Os secretários de Estado citados no documento discutem abertamente táticas que já foram usadas em eleições anteriores, insinuando que o grupo do presidente da Aleam estaria orquestrando uma estratégia similar em Manaus.
Vale ressaltar que o material utilizado na denúncia foi gravado um dia antes do que foi entregue à Superintendência da Polícia Federal no Amazonas, que deflagrou a Operação Tupinambarana Liberta para investigar os crimes eleitorais e as ameaças à liberdade de voto. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Manaus, com o objetivo de desarticular o esquema criminoso que, segundo as investigações, envolvia membros de uma facção criminosa, além de agentes públicos. A operação mobilizou 50 policiais federais e busca garantir a integridade do pleito eleitoral.
A investigação, iniciada após denúncia do Ministério Público Eleitoral de Parintins, identificou a associação entre líderes comunitários ligados a facções criminosas e o uso de violência para coagir eleitores e impedir campanhas de candidatos opositores. A Polícia Federal também destacou a inércia de certos agentes públicos, que aparentemente não tomaram medidas para impedir essas ações ilegais.
A Operação Tupinambarana Liberta visa proteger o exercício democrático do voto, principalmente em Parintins, município conhecido pelo Festival Folclórico de Boi Bumbá. Com o aumento do efetivo policial, as autoridades esperam garantir um processo eleitoral justo e seguro tanto em Parintins quanto em Manaus.
Risco à Democracia
A coligação “Ordem e Progresso” enfatiza que a interferência da polícia nas eleições representa um risco à democracia e à igualdade de oportunidades entre os candidatos. As alegações são sérias: se confirmadas, podem resultar em consequências drásticas para a legitimidade das eleições e para a governança no Amazonas.
O procurador eleitoral em Parintins já manifestou preocupação com a situação, alertando para o potencial de abuso de poder que poderia beneficiar Roberto Cidade, aprofundando ainda mais a crise de confiança no processo eleitoral.
À medida que as eleições municipais se aproximam, a sombra das acusações de manipulação eleitoral paira sobre Roberto Cidade e sua campanha. O documento da coligação “Ordem e Progresso” não só denuncia uma possível fraude, mas também expõe uma frágil estrutura democrática que poderia ser explorada para ganhos políticos. A sociedade amazonense agora observa atentamente, esperando que as autoridades competentes investiguem as alegações e que a justiça prevaleça nas urnas, garantindo que a voz do povo seja respeitada em Manaus.






