“Tem mulher que merece apanhar mesmo!”, diz vereadora de Borba ao defender violência contra a mulher; veja vídeo
Amazonas – Uma fala considerada absurda e revoltante marcou a sessão da Câmara Municipal de Borba, no interior do Amazonas, na última segunda-feira (29). A vereadora Elizabeth Maciel, conhecida como Betinha (Republicanos), afirmou publicamente que “é a favor da violência contra a mulher” e chegou a dizer até que “existem mulheres que merecem apanhar”.
O discurso, registrado em vídeo, rapidamente ganhou repercussão e indignou movimentos de defesa dos direitos das mulheres, especialmente pelo fato de a declaração partir de uma parlamentar em pleno exercício de mandato.
“Eu aprovo, eu sou a favor da violência contra a mulher. Sim, quando o homem bate na mulher, eu aprovo. […] A mulher também tem mulher que merece apanhar”, disse a vereadora durante a sessão.
Apesar de em alguns trechos tentar relativizar, alegando que também “é contra” e que já presenciou situações em que mulheres “se machucavam para incriminar homens”, Betinha reiterou em mais de uma ocasião que concorda com agressões cometidas contra mulheres.
Veja o vídeo:
Histórico
lamentar se envolve em polêmicas. Líder do prefeito Toco Santana na Câmara, Betinha apresentou recentemente um requerimento para que a Prefeitura derrubasse a casa de dona Raimunda Miriam, moradora humilde do bairro São Sebastião, que vive em condições de extrema vulnerabilidade social.
O pedido foi recebido com forte crítica pelos moradores, que classificaram a atitude como desumana. De acordo com vizinhos, a casa não ocupa área pública nem atrapalha obras, o que reforçou ainda mais a indignação.
A fala da vereadora ocorre em um momento em que o Brasil enfrenta índices alarmantes de violência contra a mulher. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de feminicídio a cada seis horas no país.
A declaração de Betinha gerou forte reação popular, com cobranças para que a Câmara Municipal e o Ministério Público do Amazonas adotem providências.
Em seu sétimo mandato, a vereadora é apontada por opositores e moradores como um dos maiores problemas políticos do município. Até o momento, nem a Prefeitura nem a própria Câmara se pronunciaram oficialmente sobre o caso.