Secretário do Podemos é alvo da PF em operação que apura desvios de emendas parlamentares
Brasil – A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (31), a oitava fase da Operação Overclean, que investiga um esquema nacional de desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. Entre os alvos está Luiz França, secretário nacional do Podemos, que teve endereços vasculhados por agentes federais em Brasília.
A ofensiva conta com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal, e cumpre cinco mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de valores supostamente obtidos de forma ilícita. As ordens foram expedidas pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). As diligências ocorrem no Distrito Federal, em São Paulo e nas cidades de Palmas e Gurupi, no Tocantins.
Segundo as investigações, o grupo teria atuado para fraudar licitações, desviar verbas federais e lavar dinheiro por meio de contratos públicos, em diversos estados do país. Parte dos recursos desviados, segundo a PF, teria origem em emendas parlamentares e seria destinada a obras superfaturadas ou nunca executadas.
O esquema também é suspeito de financiar campanhas políticas e beneficiar operadores ligados a órgãos federais. A operação mira ainda o rastreamento de patrimônio que seria fruto do esquema criminoso.
Os envolvidos podem responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
Origem da investigação
A Operação Overclean teve início em 2024, quando a PF identificou irregularidades em contratos vinculados ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Na primeira fase da investigação, os agentes descobriram indícios de que verbas federais, destinadas por emendas parlamentares, foram usadas para pagar obras superfaturadas e serviços inexistentes em municípios da Bahia.
Desde então, a investigação evoluiu para um possível esquema nacional envolvendo agentes públicos, empresários e operadores políticos. A nova etapa marca a entrada de figuras de destaque do cenário partidário entre os investigados.
O Podemos ainda não se manifestou oficialmente sobre a operação e a citação de Luiz França até a publicação desta matéria.




