Secretária Nayara Maksoud diz para Amom que não estão faltando remédios no AM e é desmentida pela população; vídeo
Amazonas – A primeira manhã de fiscalização da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados no Amazonas expôs uma crise no abastecimento de medicamentos e uma tentativa de censura. O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), membro titular da Comissão, liderou a diligência na Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) nesta quinta-feira (27) para apurar denúncias de desabastecimento.
Durante a reunião, a Secretária de Saúde, Nayara Maksoud, tentou impedir que a equipe do deputado registrasse a diligência em vídeo e áudio, uma prática padrão em fiscalizações oficiais.
A atitude gerou um confronto imediato, com o deputado Amom rebatendo: “Eu estou falando aqui sobre falta de medicamento para paciente e a preocupação da senhora, ao invés de ser o paciente, é se está sendo gravado ou não.”
Pacientes desmentem secretária
Apesar das denúncias de pacientes, a Secretária Nayara Maksoud afirmou que o abastecimento da rede estadual estaria em um nível “tão completo” quanto há “muitos anos”, alcançando cerca de **78% a 80%**. No entanto, as informações da população e os documentos internos da própria SES-AM, apresentados por Amom, indicam uma realidade de “lacuna grave”.
Em contraste direto com a fala da Secretária, o gabinete de Amom recebeu denúncias em série de falta de medicamentos cruciais e caos em diversas unidades:
Relatos da População:
“No SPA do São Raimundo vive faltando medicamento também.”
“Faça uma visita no 28 de agosto, nas enfermarias, Veja o caos que está!”
“Vá a CEAF do Adriano Jorge e lá está na frente a lista de medicamentos que estão faltando para os pacientes.”
“Vai no Cecon, são 2 médicos para atender todo mundo que chega na emergência.”
Pacientes com Transtorno Bipolar e Autismo relatam a falta de medicamentos controlados: “Meu clonazepam 2mg, e Lítio estão em falta, tenho TAB e TEA.”
Medicamentos essenciais como Mesalazina, Azatioprina e Hidroxicloroquina, usados em doenças crônicas e recorrentes na região, também seguem em falta. O deputado Amom criticou a situação: “O sofrimento aumenta e o custo para o SUS se multiplica. É inaceitável ver medicamentos essenciais faltando enquanto despesas secundárias continuam sendo pagas”.
Amom Cobra Transparência sobre R$ 1 Bilhão em Repasses Federais
Além da falta de remédios, Amom cobrou explicações sobre como foram aplicados **mais de R$ 1 bilhão em recursos federais** repassados à SES-AM, incluindo verbas destinadas pelo próprio deputado sem vinculação de uso. O objetivo era permitir que a pasta aplicasse o recurso em prioridades técnicas.
Após o episódio da tentativa de censura, a Secretária recuou e se comprometeu a enviar, até o final da próxima semana, um **levantamento detalhado** dos estoques, a distinção entre medicamentos de responsabilidade federal e estadual, além de planilhas e notas de empenho.
“A população está ficando sem medicação básica enquanto a secretaria diz que está tudo regular. O que pedimos são apenas os dados oficiais. Se está tudo certo, por que não entregar?”, questionou Amom.
O deputado reforçou que a ação fiscalizatória é oficial e está amparada na Constituição Federal. Caso os compromissos de transparência e os prazos não sejam cumpridos, a Comissão poderá acionar órgãos de controle como o Ministério Público e o Tribunal de Contas.
