“Retrato da vergonha”: Caio André se despede da CMM como o pior presidente que a Câmara de Vereadores já teve
Manaus – Na manhã desta segunda-feira (30), o vereador Caio André (União Brasil) encerrou sua gestão à frente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), deixando um legado amplamente criticado por falta de transparência, suspeitas de irregularidades e práticas políticas que frustraram as expectativas da população. Eleito sob a promessa de renovação e compromisso com a “nova política”, Caio André sai de cena como o presidente mais impopular da história recente do Legislativo manauara.
Promessas quebradas e retrocessos
Ao assumir a presidência, Caio André prometeu ampliar a transparência e reaproximar a Câmara da população. No entanto, durante sua gestão, o Legislativo registrou quedas em rankings de transparência, como o do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM). Com um índice de apenas 66,53% no Radar da Transparência Pública, a CMM foi classificada no nível intermediário, ficando fora da premiação de boas práticas do TCE-AM.
Enquanto outras instituições, como a Câmara de Parintins, receberam selos de excelência, a CMM foi criticada pela falta de publicidade em processos licitatórios, contratos suspeitos e a ausência de canais acessíveis para a participação cidadã.
Escândalos e desgaste público
A gestão de Caio André foi marcada por sucessivos escândalos, incluindo aumentos salariais para vereadores em fim de mandato, contratos superfaturados e acusações de desvios de recursos públicos. Entre as denúncias mais emblemáticas, destacam-se:
- Contratos milionários de água, internet e comunicação com suspeitas de superfaturamento.
- Falta de transparência em gastos exorbitantes, mesmo após bloqueios determinados por órgãos de fiscalização.
- Aumento do próprio salário para R$ 26 mil e implementação de planos de saúde para vereadores não reeleitos, gerando revolta popular.
Esses episódios consolidaram a percepção de que a gestão de Caio André estava mais preocupada em beneficiar seu grupo político do que em atender aos interesses da população.
Legado de fracasso
Além de se tornar o primeiro presidente da Câmara a não conseguir reeleição, Caio André também viu o candidato de seu grupo político à Prefeitura de Manaus, Roberto Cidade, terminar em quarto lugar nas eleições, mesmo com o apoio de múltiplas máquinas públicas.
Uma despedida desconectada da realidade
Em sua última reunião com as diretorias da CMM, Caio André tentou demonstrar otimismo:
“Termino a minha gestão muito satisfeito com os nossos resultados”, afirmou ele, ignorando a ampla reprovação popular e o desgaste institucional causado por sua administração.
Porém, a realidade contrasta com suas declarações. Para muitos, Caio André simboliza a hipocrisia do grupo político comandado pelo governador Wilson Lima, que chegou ao poder com o discurso de “nova política”, mas rapidamente sucumbiu a práticas arcaicas e prejudiciais.


