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Prefeitura de Envira deixa 1.500 alunos sem aula e ameaça comunidades indígenas de ficarem sem o Bolsa Família

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Prefeitura de Envira deixa 1.500 alunos sem aula e ameaça comunidades indígenas de ficarem sem o Bolsa Família

Amazonas – Embora quase seis meses tenham se passado desde o início do ano de 2025, aproximadamente 1.500 alunos, na sua maioria indígenas, da área rural de Envira, localizada a 1.208 quilômetros de Manaus, ainda não iniciaram as aulas. A interrupção das aulas tem provocado não só um retardo na educação, mas também o temor dos pais em perder o auxílio do Bolsa Família, que assegura um mínimo de sobrevivência.

Uma das principais regras do Bolsa Família é garantir que crianças e adolescentes de 4 a 17 anos estejam matriculados na escola e com a frequência mínima exigida. Se a matrícula ou a frequência não forem atendidas, o benefício pode ser bloqueado, suspenso ou até cancelado.

Sem data definida, prefeito tenta culpar a Câmara de vereadores do munícipio

O cenário crítico evidencia a ausência de planejamento da gestão do prefeito Ivon Rates (PSD), que havia anunciado o começo das aulas para o dia 24 de março. Até agora, nenhuma escola rural deu início às atividades de 2025, segundo relatos de indígenas ouvidos pela reportagem. A justificativa oficial da administração municipal é a escassez de material escolar nas comunidades. A prefeitura não soube informar a data para início do ano letivo. A prefeitura tenta imputar a culpa, do não início das aulas, aos vereadores que fazem oposição ao atual prefeito. A atual gestão municipal oferece suas desculpas, culpando a gestão anterior e os vereadores de oposição, enquanto isso, os estudantes continuam sendo prejudicados.

Em nota o presidente da casa legislativa, vereador Abraão Cláudio (Republicanos), disse a reportagem que a Câmara de Envira não tem gerencia da educação, o papel do legislativo é fiscalizar as ações do executivo municipal, disse também que já protocolou diversos pedidos de explicações do prefeito e até este domingo (25-mai) a prefeitura não respondeu oficialmente. O caso vem gerando revolta em famílias das comunidade rurais e indígenas.

Relatos de famílias das comunidades indígenas

“A gente já está em maio, e meu filho continua em casa, sem estudar. Tenho medo de perder o Bolsa Família porque ele não está frequentando aula”, relatou a moradora Maria do Carmo, que mora em uma das comunidades.

Processos

A gestão do atual prefeito vem sendo marcada por vários escândalos, processos estão em curso no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) o mais recente cassou o mandato de Ivon Rates por emissão de notas fiscais frias. O TRE-AM jugou procedente e determinou novas eleições no município. A defesa entrou com embargos e pretende recorrer da decisão no Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), Ivon permanece no cargo até o novo julgamento.

O que diz a prefeitura

O prefeito tenta jogar a culpa na gestão passada, mais não sabe explicar o entrave do atraso.

Em nota, a Prefeitura de Envira afirmou que os materiais necessários “já foram adquiridos” e que as aulas devem iniciar em breve, não esclareceu uma data. O comunicado ainda justifica o atraso com base na “desestruturação encontrada in loco”.

“O não cumprimento do início das aulas na zona rural e indígena com base na data divulgada deu-se pela desestruturação encontrada in locos e aquisição de materiais necessários para o início”, diz o trecho da nota.

Enquanto o impasse persiste, os estudantes continuam fora das salas de aulas e longe de um direito fundamental: a educação.

Com informações do Zero Hora AM. 



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