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PF pede mais 60 dias para apurar venda de decisões judiciais em esquemas do STJ

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PF pede mais 60 dias para apurar venda de decisões judiciais em esquemas do STJ

Brasil – A Polícia Federal (PF) intensificou as investigações sobre um esquema de corrupção no Superior Tribunal de Justiça (STJ), solicitando ao ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma prorrogação de 60 dias para aprofundar as apurações. O pedido, protocolado nesta semana em Brasília, reflete a descoberta de uma rede “consideravelmente mais sofisticada e complexa” do que se imaginava, envolvendo lobistas, desembargadores do Mato Grosso, ex-funcionários de quatro gabinetes do STJ e até empresários do agronegócio.

Batizada de Operação Sisamnes, a investigação teve início em novembro de 2024 e revelou um sistema estruturado de venda de decisões judiciais, vazamento de informações sigilosas e exploração de prestígio. O que inicialmente parecia ser apenas “atos isolados de compartilhamento de minutas de decisões” evoluiu para a identificação de uma rede criminosa com advogados, operadores financeiros e agentes do Judiciário. Os crimes apurados incluem corrupção, organização criminosa, violação de sigilo funcional e exploração de prestígio.

A PF destacou, em documento enviado ao STF, que análises financeiras ainda em curso apontam indícios que podem “alterar a profundidade das hipóteses criminais”, reforçando a competência do Supremo para supervisionar o inquérito. O processo, que corre sob sigilo, é relatado por Zanin e menciona pelo menos um ministro do STJ, Paulo Moura Ribeiro, além de envolver os gabinetes dos ministros Og Fernandes, Isabel Gallotti e Nancy Andrighi.

Entre os alvos, o lobista Anderson de Oliveira Gonçalves, acusado de negociar decisões judiciais, permanece detido na penitenciária federal de Brasília. Sua esposa, a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues, cumpre prisão domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica. Um recurso da defesa de Anderson, que pleiteia sua transferência para prisão domiciliar, está em julgamento no plenário virtual do STF, com votação prevista para se encerrar na segunda-feira (12). Até o momento, os ministros Zanin, Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram contra o pedido.

A Operação Sisamnes já resultou no cumprimento de 24 mandados judiciais, incluindo 23 de busca e apreensão e um de prisão preventiva, além de medidas cautelares como afastamento de funcionários públicos e bloqueio de bens. Autorizada por Zanin, a ação abrange o Distrito Federal, Mato Grosso e Pernambuco, sinalizando a amplitude do esquema. Em março de 2025, o ministro já havia concedido 45 dias adicionais para as investigações, e agora a PF busca mais tempo para esclarecer os contornos dessa rede que compromete a integridade do Judiciário brasileiro.

Com informações do Poder360 e O Globo





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