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Oruam na mira da CPI: Marcos Do Val pede convocação de rapper para investigar influência cultural no crime organizado

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Oruam na mira da CPI: Marcos Do Val pede convocação de rapper para investigar influência cultural no crime organizado

Brasil – A CPI do Crime Organizado deve ganhar novos desdobramentos após o senador Marcos do Val (Podemos) protocolar, nesta quarta-feira (19), um pedido para convocar o rapper Oruam — um dos artistas mais ouvidos do país e filho de Marcinho VP, histórico líder do Comando Vermelho (CV). A intenção é ouvir o músico sobre a “influência cultural, social e comunicacional” que facções criminosas supostamente exercem por meio da música, da estética e das redes sociais.

Segundo Do Val, o Brasil vive “o mais grave avanço do crime organizado de sua história”, e compreender como artistas de grande alcance dialogam com comunidades vulneráveis seria fundamental para o trabalho da comissão. O senador afirma que a convocação tem o objetivo de identificar “eventuais mecanismos de financiamento, influência, cooptação e propaganda utilizados por organizações criminosas”.

Os 5 motivos elencados por Do Val para convocar Oruam

No documento enviado à CPI, o senador lista cinco pontos que, segundo ele, justificam ouvir o artista:

Vínculo familiar: Oruam é filho de Marcinho VP, “apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho há décadas”.

Indiciamentos: O rapper já foi formalmente indiciado pela Polícia Civil do Rio por crimes como associação ao tráfico e resistência qualificada.

Influência sobre jovens: Ele é descrito como figura pública de grande impacto entre jovens, utilizando “elementos visuais e narrativos interpretados como possíveis normalizações ou apologias ao crime”.

Citações em investigações: O artista aparece em apurações envolvendo supostas apostas ilegais, movimentações financeiras suspeitas e possíveis ligações com indivíduos do tráfico.

Papel central no debate público: Sua trajetória o coloca no centro da discussão sobre a infiltração de facções na cultura e na indústria musical.

Contexto: megaoperação no Rio e críticas do rapper

A convocação ocorre em meio ao acirramento do debate sobre a relação entre cultura, periferia e criminalidade, impulsionado principalmente após a megaoperação no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos — entre eles, quatro policiais — e resultou na apreensão de 91 fuzis.

Oruam, que é um dos artistas mais acessados nas plataformas digitais, classificou a ação como “a maior chacina da história do Rio de Janeiro” e criticou a cobertura do caso:

“A mídia descobriu que matar bandido vende muito. A sociedade gosta do banho de sangue e usa o bandido como maior vilão para esconder os verdadeiros, que estão em mansões.”

O rapper também lançou uma música mencionando a operação, defendendo alternativas sociais:

“Antes de pensar em matar, pense na educação. Falta de opção fez vários menorzin colar na boca.”

Apesar disso, parte de seu repertório inclui letras que exaltam o confronto armado e fazem referência direta ao Comando Vermelho e ao domínio territorial de facções. Em uma das faixas, ele canta:

“Vai entrar na bala na primeira barricada.”

Em outra:

“Nós é comando vermelhão de natureza.”

Próximos passos

A solicitação do senador ainda será analisada pela direção da CPI. Caso seja aprovada, Oruam poderá ser convocado a prestar depoimento na condição de testemunha. Nos bastidores, a expectativa é de forte repercussão pública, já que o debate envolve cultura, segurança e liberdade artística — temas sensíveis no cenário político atual.



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