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“Onde estão os bilhões da Saúde?”: fiscalização de Amom Mandel apura caos e desabastecimento nos hospitais do AM

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“Onde estão os bilhões da Saúde?”: fiscalização de Amom Mandel apura caos e desabastecimento nos hospitais do AM

Manaus – A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) está sob intensa fiscalização da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. A operação, iniciada nesta quinta-feira (27), atende a um pedido do Deputado Federal Amom Mandel (Cidadania-AM), membro titular da Comissão, e mira apurar falhas graves na rede pública, incluindo o crônico desabastecimento de medicamentos e falhas estruturais e de gestão que colocam em risco a segurança e a continuidade do atendimento aos pacientes.

Segundo o material de imprensa divulgado pelo Gabinete do Deputado Amom, a fiscalização seguirá até sexta-feira (28) e inclui visitas técnicas, reuniões institucionais e a coleta de depoimentos de profissionais e usuários do sistema de saúde. O objetivo final é consolidar um relatório técnico para subsidiar medidas junto aos órgãos de controle (como o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União) e propor soluções legislativas para fortalecer a gestão da saúde pública no Amazonas.

As denúncias levantadas pela população, e confirmadas pelos deputados Amom Mandel e Sidney Leite (durante a transcrição do vídeo), apontam para um cenário de desabastecimento generalizado, atingindo medicamentos essenciais de uso contínuo, controlados e imunobiológicos.

A lista de medicamentos em falta inclui itens vitais para pacientes com condições crônicas, neurológicas, respiratórias e cardiovasculares. O Deputado Amom citou a ausência de:

– Ácido Urdodesoxicólico
– Azacitidina
– Ciclosporina
– Risperidona (inclusive líquida, essencial para crianças com Transtorno do Espectro Autista – TEA)
– Insulina
– Hidroxicloroquina
– Mesalazina (para doenças inflamatórias intestinais)
– Tacrolimo
– Topiramato
– Gabapentina
– Calcitriol
– Codeína
– Sulfasalazina

Além da falta de insumos, a fiscalização aponta para uma grave falha na regulação e encaminhamentos estaduais, com filas excessivas no SISREG para especialidades como neuropediatria e fonoaudiologia. O Deputado Sidney Leite denunciou a ausência de controle sobre a fila do SISREG, com relatos de compra de vagas, classificando a situação como um “absurdo” que fere a transparência e impede o acompanhamento por parte do cidadão.

O Deputado Amom ressaltou casos de pacientes que esperam meses ou anos por uma vaga em hospitais como o 28 de Agosto, e que, ao serem finalmente chamados, são submetidos a uma reavaliação para confirmar se o tratamento ainda é necessário uma consequência direta da morosidade do sistema.

Um dos pontos mais críticos da denúncia é que a crise na saúde do Amazonas não se deve à falta de recursos. O Deputado Sidney Leite afirmou categoricamente: “Não falta dinheiro. Este governo já arrecadou mais de R$ 180 bilhões”.

O Deputado Amom Mandel apresentou dados de repasses federais destinados à saúde do Amazonas somente em 2025, totalizando R$ 3,434 bilhões do Fundo Nacional de Saúde, dos quais:

R$ 1 bilhão e meio foi para Atenção Primária.
R$ 1 bilhão e meio foi para Média e Alta Complexidade.
R$ 37 milhões foi especificamente para Assistência Farmacêutica.

Apesar dos valores bilionários, os deputados apontam que os recursos não estão sendo aplicados onde deveriam, sendo, segundo o Deputado Amom, “pulverizados” pela Secretaria de Saúde sem um planejamento satisfatório, e que há suspeitas de milhões em fraudes.

O Deputado Sidney Leite comparou a situação com o estado vizinho do Pará, que, apesar de ter mais municípios e uma população maior, gasta menos na saúde, mas consegue operar o sistema de forma eficiente. Ele concluiu que o dinheiro da saúde no Amazonas “toma outro rumo que não é para atender a quem precisa.”

A fiscalização também identificou falhas estruturais e operacionais em unidades de saúde estaduais.

No Hospital Regional Hilda Freire, em Iranduba, o prazo de entrega da obra foi ultrapassado (previsto para agosto/2025), e o projeto inicial de reforma e deterioração das instalações comprova a má gestão.

Problemas na unidade de Iranduba incluem:

– Equipamentos essenciais parados por falta de manutenção (como aparelho de raio-x quebrado desde 2024 e uma autoclave).
– Desativação da sala de cirurgia de média complexidade.
– Interrupção da ventilação com oxigênio por falta de manutenção, sobrecarregando o Hospital SPA Jovem Dias.

A comitiva da Comissão de Saúde está programada para visitar ainda os municípios de Iranduba e Borba nos próximos dias.

O Deputado Amom finalizou a coletiva, ressaltando que a missão representa o Congresso Nacional Brasileiro em missão oficial, fiscalizando o uso dos recursos federais, e não apenas o mandato dos deputados presentes. A SES-AM deve, em breve, prestar os esclarecimentos necessários sobre o desvio de finalidade dos recursos e o caos na saúde pública do estado.

Confira a reportagem completa:



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