Mudança de tom: Trump pressiona Putin e volta a armar a Ucrânia
Mundo – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), voltou ao centro das atenções nesta segunda-feira (7), ao anunciar o envio de mais armamentos para a Ucrânia. A decisão ocorre em meio a crescentes críticas sobre a postura do governo norte-americano em relação ao avanço russo no leste europeu e marca uma reviravolta na retórica do republicano, que anteriormente demonstrava sinais de aproximação com Moscou.
“Eles [os ucranianos] estão sendo muito atingidos agora. Precisam ser capazes de se defender. Vamos ter de enviar mais armas”, afirmou Trump, em tom direto, durante reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca.
A declaração veio à tona poucos dias após a imprensa revelar que o Pentágono havia retido um carregamento militar destinado à Ucrânia. Na noite da mesma segunda-feira, o porta-voz do Departamento de Defesa, Sean Parnell, confirmou oficialmente o envio: “Por orientação do presidente Trump, o Departamento de Defesa está enviando armamentos defensivos adicionais para a Ucrânia, a fim de garantir que os ucranianos possam se defender enquanto trabalhamos por uma paz duradoura e pelo fim das mortes.”
Crítica direta a Putin
O que mais surpreendeu foi a mudança no tom de Trump em relação ao presidente russo, Vladimir Putin. Conhecido por sua postura diplomática com o Kremlin durante seu primeiro mandato, Trump declarou estar “decepcionado” com o líder russo por não interromper a guerra iniciada em fevereiro de 2022.
“Estou realmente decepcionado com Putin. Ele poderia ter parado isso há muito tempo”, afirmou o presidente norte-americano, rompendo com o discurso que por anos alimentou especulações sobre uma relação cordial entre os dois líderes.
De acordo com dados do Wall Street Journal, os EUA já forneceram US$ 66,9 bilhões em ajuda militar à Ucrânia desde o início do conflito até março de 2025. O último pacote significativo, ainda sob o governo Biden, foi entregue em dezembro de 2024 e somava US$ 1,22 bilhão.
Encontro com Netanyahu e pauta do Oriente Médio
O anúncio de Trump aconteceu durante uma reunião estratégica com o premiê israelense Benjamin Netanyahu. Os líderes discutiram a situação na Faixa de Gaza e as possibilidades de reinserção dos palestinos em cenários mais estáveis.
“Se as pessoas quiserem ficar, podem ficar, mas se quiserem sair, devem poder sair”, afirmou Netanyahu, reforçando a posição de Israel de manter o controle de segurança sobre o enclave.
Questionado por jornalistas sobre a falta de avanços em um cessar-fogo em Gaza, Trump respondeu com otimismo: “Não acho que haja um impasse. Acho que as coisas estão indo muito bem.”