Missionário José Olímpio assume o lugar de Eduardo Bolsonaro como suplente na Câmara
Brasil – O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou, na última terça-feira (18), sua intenção de se licenciar do mandato para residir nos Estados Unidos, levantando a questão de quem ocupará sua vaga na Câmara dos Deputados. Caso o afastamento ultrapasse 120 dias, quem assume o posto como suplente é o Missionário José Olímpio, também do PL de São Paulo, um político com trajetória marcada por longa atuação legislativa e vínculos com a Igreja Mundial do Poder de Deus.
José Olímpio, nascido em 1956 em Itu, interior de São Paulo, é formado em Direito pela Faculdade de Direito de Itapetininga e traz consigo uma extensa experiência política. Ele foi vereador em sua cidade natal por seis mandatos consecutivos, entre 1982 e 1992, e também atuou como vereador na capital paulista em diferentes períodos – como suplente em 1996 e 2004, e como titular em 2000. Na esfera federal, Olímpio exerceu dois mandatos como deputado entre 2011 e 2019, período em que se destacou por iniciativas de cunho conservador e religioso.
Na eleição de 2022, José Olímpio obteve 61.938 votos, ficando como o segundo suplente mais votado do PL em São Paulo. Ele só assume o mandato de Eduardo Bolsonaro porque o primeiro suplente da legenda, Adilson Barroso, já está em exercício na Câmara. A regra do sistema proporcional determina que, em casos de licença superior a 120 dias, o substituto seja o próximo candidato mais votado do mesmo partido ou coligação que ainda não esteja ocupando uma vaga.
A possibilidade de Olímpio assumir o cargo ganhou destaque após o anúncio de Eduardo, que justificou sua saída temporária como uma estratégia para “focar em buscar punições” contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e “resgatar liberdades perdidas” no Brasil, segundo suas próprias palavras em redes sociais. A licença, inicialmente sem remuneração, ainda depende de aprovação da Mesa Diretora da Câmara, mas já movimenta o cenário político em Brasília.
Durante seus mandatos anteriores, José Olímpio ficou conhecido por projetos polêmicos, como a proposta de 2014 que buscava proibir o implante de chips eletrônicos em seres humanos, alegando que a medida preveniria a instauração de uma “satânica Nova Ordem Mundial”. O texto, no entanto, foi arquivado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Outras iniciativas, como a criação do Dia Nacional de Adoração a Deus, também refletem sua forte ligação com pautas religiosas.
A ascensão de Olímpio ao mandato de Eduardo Bolsonaro, caso confirmada, pode trazer um novo tom ao PL na Câmara, reforçando a ala conservadora e religiosa do partido. Enquanto isso, a decisão de Eduardo de se afastar para atuar politicamente a partir dos Estados Unidos segue gerando debates entre aliados e opositores, com impactos ainda incertos no equilíbrio de forças do legislativo brasileiro.
