Michelle diz que prisão domiciliar de Bolsonaro é perseguição: “Meu marido foi silenciado”
Brasil – Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou nas redes sociais, publicando uma mensagem com teor religioso: “E os céus anunciarão a sua justiça, pois Deus mesmo é o juiz”.
A declaração, feita nesta segunda-feira (5/8), foi interpretada como uma crítica indireta à decisão do Supremo, que incluiu ainda medidas restritivas como o uso de tornozeleira eletrônica, entrega de passaporte e proibição de contatos com outros investigados.
No domingo (3), durante um ato no centro de Belém (PA), Michelle afirmou que Bolsonaro é vítima de perseguição política e que os direitos do casal e de seus aliados estão sendo sistematicamente cerceados. “O meu marido está sofrendo censura prévia. Ele foi silenciado, e muitos foram silenciados antes”, declarou a ex-primeira-dama, também defendendo a anistia de presos pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Decisão do STF
A ordem de detenção domiciliar foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes com base na quebra de medidas cautelares anteriores, que proibiam Bolsonaro de utilizar redes sociais ou permitir que terceiros o representassem digitalmente. A decisão aponta que o ex-presidente teria descumprido essas ordens ao aparecer em vídeos de apoiadores durante manifestações realizadas no domingo, o que configuraria afronta direta às restrições judiciais.
Bolsonaro é investigado no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado ao fim do seu mandato, incluindo suposta articulação para invalidar o resultado das eleições de 2022 e convocar ações contra instituições democráticas.
Com a decisão de Moraes, Bolsonaro se torna o quarto ex-presidente da República a ser preso desde a redemocratização, ao lado de Fernando Collor, Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer.