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Michelle Bolsonaro posta foto de Lula defendendo anistia no Brasil

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Michelle Bolsonaro posta foto de Lula defendendo anistia no Brasil

Brasil – Neste domingo (16/3) a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro reacendeu uma discussão política ao compartilhar nas redes sociais uma fotografia histórica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A imagem, datada de 1979, mostra Lula, então líder sindical no ABC Paulista, vestindo uma camiseta com a palavra “anistia” estampada, enquanto distribuía panfletos em defesa da libertação de presos políticos e do retorno de exilados durante o regime militar. A publicação de Michelle, que rapidamente viralizou, foi interpretada como uma crítica indireta ao governo atual e uma provocação aos apoiadores de Lula, em meio ao crescente movimento pela anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
A escolha da foto não parece aleatória. O contexto da imagem remete à luta de Lula e outros líderes da época pela Lei da Anistia, sancionada em 28 de agosto de 1979, que permitiu o retorno de exilados e a libertação de presos políticos, mas também foi criticada por garantir impunidade a agentes da ditadura. Ao resgatar esse momento, Michelle Bolsonaro parece sugerir uma contradição: enquanto Lula defendeu a anistia no passado, hoje se opõe às articulações para perdoar os envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília, após as eleições de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro, marido de Michelle, é um dos principais articuladores desse projeto de anistia, que ganhou força com manifestações recentes, como a realizada em Copacabana no último fim de semana.
A postagem de Michelle veio acompanhada de um silêncio eloquente – sem legenda ou comentário explícito –, o que deixou espaço para interpretações. Nas redes, apoiadores do bolsonarismo celebraram a iniciativa, apontando o que chamam de “hipocrisia” da esquerda. “Lula pediu anistia quando lhe convinha, mas agora nega aos outros”, escreveu um usuário no X. Por outro lado, críticos do casal Bolsonaro destacaram as diferenças entre os contextos. “A anistia de 1979 foi para vítimas de um regime autoritário, não para golpistas que atacaram a democracia”, rebateu outro internauta.
O timing da publicação também coincide com um momento delicado para Jair Bolsonaro. No dia 7 de março, Lula afirmou que o ex-presidente, ao clamar por anistia antes mesmo de ser julgado por suposta participação em um plano de golpe, estaria “provando sua culpa”. Bolsonaro, por sua vez, declarou no domingo que conta com o apoio do PSD, liderado por Gilberto Kassab, para aprovar o projeto de anistia na Câmara dos Deputados. A bancada do partido, com 44 parlamentares, pode ser decisiva na votação, que o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, prometeu acelerar.

Especialistas consultados apontam que o embate em torno da anistia reflete uma polarização que não dá sinais de arrefecer. “Michelle usa a foto de Lula como uma arma simbólica, tentando deslegitimar o discurso do governo enquanto mobiliza a base bolsonarista”, analisa Mariana Costa, cientista política da Universidade de Brasília. Ela observa, porém, que os cenários são distintos: “A anistia de 1979 buscava reconciliação após anos de repressão; a proposta atual é vista por muitos como uma tentativa de escapar da Justiça.”
Enquanto o debate esquenta, a foto de Lula com a camiseta “anistia” permanece como um lembrete de como o passado político do Brasil continua a moldar suas batalhas presentes. Resta saber se o Congresso cederá às pressões por um novo perdão ou se a história, desta vez, tomará outro rumo.


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