Mário César Filho, o Wilson Lima 2.0, apresenta projeto ‘anti-fake news’ que escancara flerte com a censura no AM
Amazonas – Sob o pretexto de combater fake news, o deputado estadual Mário César Filho (União Brasil) apresentou na Aleam o Projeto de Lei nº 606/2024, uma proposta que mais parece manual de controle da informação. Com discurso bonito e palavras-chave da moda, o texto abre uma brecha perigosa para o Estado decidir o que é verdade e o que é mentira no Amazonas.
O projeto assusta pelas definições genéricas e convenientes. Ao tratar como fake news conteúdos “distorcidos”, “incompletos” ou “descontextualizados”, a lei transforma crítica em ameaça e opinião em alvo. Na prática, qualquer denúncia, reportagem incômoda ou posicionamento contrário ao poder pode ser rotulado como desinformação.
Mais grave ainda é a tentativa de envolver plataformas digitais nesse processo, como se o Estado tivesse autoridade para patrulhar redes sociais sem ordem judicial. Especialistas apontam que isso atropela a Constituição e cria um ambiente perfeito para censura seletiva e perseguição política.
Apesar de citar ações educativas como alfabetização midiática, críticos veem isso como cortina de fumaça. A preocupação real é que a proposta seja usada como instrumento de controle narrativo, especialmente em períodos eleitorais ou de crise política, quando a crítica incomoda mais.
Nos bastidores da política amazonense, Mário César Filho já começa a ser tratado como o “Wilson Lima 2.0”. Assim como o governador, ele chegou à vida pública sendo um apresentador embalado pelo discurso de combate aos abusos, vendendo a imagem de fiscal da verdade. Agora, no poder, repete a mesma cartilha: usa o argumento de “proteger a população” para empurrar projetos que ampliam o controle do Estado, sufocam críticas e flertam com práticas autoritárias.
Para críticos, o PL 606/2024 é autoritário, perigoso e flerta abertamente com a censura, prática proibida pela Constituição. Combater fake news não pode virar desculpa para amordaçar a sociedade. No Amazonas, a democracia não pode ser vítima de um projeto travestido de “boa intenção”.
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